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Tomás Correia diz que não apoia lista de Virgílio Lima às eleições da Mutualista Montepio

O associado Tomás Correia e ex-presidente da Mutualista Montepio recusa-se a apoiar a candidatura institucional de Virgílio Lima, mas recusa que tenha decidido apoiar qualquer candidatura. Estão quatro listas para avaliação na ASF. O prazo previsto no regulamento eleitoral corre o risco de derrapar porque o regulador não irá concluir a avaliação até 15 de setembro.
  • Cristina Bernardo
10 Setembro 2021, 18h30

O ex-presidente da Associação Mutualista Montepio Geral António Tomás Correia, que é associado da instituição, disse ao Jornal Económico (JE) que não tem condições para apoiar a candidatura institucional à liderança da associação dona do Banco Montepio, isto é a candidatura do atual presidente, Virgílio Lima.

“Com base no acompanhamento que faço da vida da associação através da informação pública e das notícias da imprensa, lamento não ter condições para dar o meu apoio à candidatura institucional”, disse Tomás Correia ao JE.

“Relativamente às outras candidaturas, não tenho informação suficiente que me permita vir a definir qualquer tipo de apoio”, afirmou o ex-presidente da Mutualista.

Virgílio Lima, João Vicente Ribeiro, Pedro Corte Real e Eugénio Rosa, são os atuais candidatos à liderança da Associação Mutualista nas próximas eleições previstas para dezembro, e que irão eleger os novos órgãos sociais.

Eleições podem derrapar para janeiro

Foram entregues no fim de junho à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) as quatro listas para a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) – uma que aposta na continuidade da atual administração, liderada por Virgílio Lima, e outras três de oposição.

Apesar de, segundo o regulamento eleitoral, a Assembleia Geral Eleitoral ter de ser convocada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral até ao dia 15 de setembro do ano em que devam ocorrer as eleições, que terão lugar no mês de Dezembro do mesmo ano, o supervisor dos seguros não irá ter concluída a avaliação da idoneidade dos membros das quatros listas, apurou o Jornal Económico. Logo, os prazos para as eleições da Mutualista deverão derrapar.

O regulamento eleitoral prevê que as candidaturas devem ser apresentadas na sede do MGAM dentro dos 30 dias seguintes à data da publicação da Convocatória (a 15 de outubro). Mas a apresentação das listas exige o comprovativo de Registo Prévio junto da ASF dos Associados candidatos ao conselho de administração e ao conselho fiscal e, uma vez que o processo está a decorrer com pedidos adicionais de informação pelo supervisor, não é expectável que as candidaturas sejam apresentadas a 15 de outubro, apesar do regulamento eleitoral prever esse prazo.

O regulamento diz ainda que terminado o prazo para a apresentação das candidaturas, os serviços do MGAM atribuem a cada lista candidata, por sorteio, uma letra para a respetiva identificação durante o processo eleitoral.

A decisão do Presidente da Mesa da Assembleia Geral sobre a verificação das condições de elegibilidade dos candidatos e capacidade dos proponentes e sobre a admissão das candidaturas à votação deve ser proferida no prazo máximo de 15 dias após o termo do prazo para entrega das candidaturas.

Há quatro listas na corrida à liderança da Associação Montepio para o mandato 2022-2025, encabeçadas por Virgílio Lima, João Vicente Ribeiro, Pedro Corte Real e Eugénio Rosa.

Além da lista do presidente do conselho de administração da mutualista, Virgílio Lima, há uma lista de Pedro Corte-Real em avaliação pela ASF que inclui Miguel Coelho (candidato a administrador financeiro), que é atual diretor do BEM (instituição de crédito para empresas do Montepio), e que segundo as nossas fontes, defende a abertura do capital do Banco Montepio (venda) e a transformação da Associação Mutualista numa seguradora (para a gestão das poupanças).

Todas as outras defendem a continuidade do banco na propriedade da associação.

Há uma lista ligada ao Partido Comunista  Comunista Português, mas também a outros meios de esquerda, liderada pelo economista Eugénio Rosa. Ao passo que o grupo conotado com o bloco central (PSD e PS) se revê na lista encabeçada pelo matemático Pedro Corte Real para presidir ao conselho de administração.

Já o designado “grupo de quadros do Montepio” quer propor para CEO da mutualista o economista João Vicente Ribeiro (ex-BCP, ex-Farol e ex-Oi), e terá como executivos Pedro Gouveia Alves, presidente do Montepio Crédito, e Pedro Líbano Monteiro, presidente do Montepio Valor, entre outros.

Este ano, pela primeira vez, os associados Montepio vão ainda eleger a Assembleia de Representantes e também aqui poderão votar por meio eletrónico.

No próximo ano também o Banco Montepio terá eleições para o conselho de administração, já que o atual conselho liderado por Carlos Tavares e Pedro Leitão acaba o mandato no fim deste ano.

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