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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

Vários governos europeus, incluindo o português, vão ter de responder a Bruxelas sobre os OE, enquanto Itália vai reagir ao ‘downgrade’ do ‘rating’ pela agência Moody’s. Os resultados dos bancos e das tecnológicas e a reunião do BCE também vão marcar a semana.
  • Cristina Bernardo
22 Outubro 2018, 07h30

Governos respondem às questões de Bruxelas sobre OE

A Comissão Europeia enviou na sexta-feira uma carta dirigida ao secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, em que mostrou preocupações em relação ao risco de um desvio significativo do ajustamento orçamental português, após ter analisado a proposta de Orçamento do Estado para 2019. O Governo português tem até ao final do dia desta segunda-feira para responder.

Tal como Portugal, também França, Espanha, Bélgica e Eslovénia receberam pedidos de esclarecimentos de Bruxelas sobre os respetivos planos orçamentais para o próximo ano. O caso mais preocupante é, no entanto, Itália, que recebeu na quinta-feira não só a carta, mas também a visita do comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, e tem até às 12 horas para reagir.

Europa reage ao aumento do risco de Itália

Nos últimos dias, Itália tem sido uma preocupação para a Europa devido à meta do défice de 2,4% inscrita no OE. Na sexta-feira à noite, a agência Moody’s cortou o rating de Itália de ‘Baa2’ para ‘Baa3’ – a apenas um nível de cair para a categoria de ‘lixo’ financeiro – devido à projeção para o défice orçamental, bem como maior vulnerabilidade da dívida pública e mais fracas perspetivas de crescimento económico.

O mercado de dívida irá reagir às notícias e o efeito contágio poderá penalizar todos os países do sul da Europa, como tem vindo a acontecer. Na sexta-feira passada, a yield das Obrigações de Itália a 10 anos tocaram os 3,810%, o valor mais elevado em quase cinco anos e acabaram por fechar a sessão nos 3,483%. No caso de Portugal, a yield subiu para 2,019% e em Espanha para 1,735%. Na próxima sexta-feira é a vez da agência Standard and Poor’s avaliar a dívida italiana.

Bancos e tecnológicas são o foco da época de resultados

A época de resultados vai continuar nos EUA e intensifica-se esta semana na Europa, com dois setores em foco a nível global. Depois da banca norte-americana ter apresentado contas nas últimas duas semanas, é a vez da europeia: os britânicos Barclays (quarta-feira) e Lloyds (quinta-feira), o alemão Deutsche Bank (quarta-feira) e os espanhóis BPI (terça-feira), Bankinter (quinta-feira), Sabadell e CaixaBank (ambos sexta-feira) reportam resultados trimestrais.

Entre as gigantes tecnológicas, há três que estarão em destaque. A Microsoft (quarta-feira), a Amazon, a Alphabet e a Twitter (quinta-feira) preparam-se para divulgar resultados trimestrais num momento em que a confiança nesses líderes de mercado parece cada vez mais frágil. Um terceiro setor em foco é o automóvel, com resultados da Renault (terça-feira), da Ford Motor e da Peugeot (ambas quarta-feira), bem como da Daimler (quinta-feira).

Novidades do fim dos estímulos na zona euro

O Banco Central Europeu (BCE) irá terminar a compra líquida de ativos da zona euro no final deste ano, após uma redução do valor para metade, ou seja para 15 mil milhões de euros por mês, no quarto trimestre. As linhas gerais do plano são conhecidas desde junho, mas à medida que se aproxima a data do fim aumenta a expetativa sobre pormenores. Esta quinta-feira há nova reunião de política monetária do BCE e é isso que os mercados estarão à procura.

No último encontro, em setembro, a instituição reviu em baixa ligeira a estimativa para o crescimento económico da zona euro este ano e no próximo, devido principalmente à procura externa. O banco central liderado por Mario Draghi prevê agora que a economia da moeda única expanda 2% este ano, face aos 2,1% projetados em junho, e 1,8% em 2019, face à previsão anterior de 1,9%. Para 2020, a estimativa mantém-se em 1,7%.

Dados económicos na Europa e EUA

A semana arranca com a divulgação de dados sobre o peso do endividamento público nas economias da zona euro e da UE. O Eurostar irá publicar, às 11 horas desta segunda-feira, o rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto em 2017, que irá comparar com os 86,7% registados no ano anterior.

Do lado dos EUA, o crescimento do PIB no terceiro trimestre do ano é conhecido na sexta-feira. A projeção da Reserva Federal norte-americana é que o país tenha registado uma expansão atualizada de 4,1% no terceiro trimestre, face aos 4,2% no trimestre anterior. Os economistas consultados pela agência Bloomberg são mais pessimistas quanto ao abrandamento e apontam para os 3,3%.

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