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Total reduz equipa do projeto de GNL no norte de Moçambique por aumento da insegurança

A petrolífera francesa Total considera que as ofensivas dos guerrilheiros islâmicos que ameaçam a região de Cabo Delgado, aumentaram o risco que correm as equipas técnicas que trabalham no projeto local de GNL – um investimento de 20 mil milhões de dólares -, o que levou o gigante francês a propor a redução do número de pessoas que integram a sua equipa técnica. O número de habitantes que já foram deslocados na região subiu para 570 mil pessoas, refere a agência Bloomberg.
  • António Silva/Lusa
2 Janeiro 2021, 16h41

A petrolífera francesa Total pediu a elementos da equipa técnica do seu projeto de Gás Natural Liquefeito (GNL), localizado no norte de Moçambique, na região de Cabo Delgado, que saíssem dessa unidade – um investimento de 20 mil milhões de dólares (cerca de 16,36 mil milhões de euros) -, atendendo a que os ataques dos guerrilheiros conotados com o Estado Islâmico estão cada vez mais próximos das instalações da Total, referiu a agência noticiosa Bloomberg, confirmando por e-mail a “redução temporária da equipa da Total no local”. O projeto da Total, juntamente com os de outras grandes petrolíferas internacionais, são investimentos com capacidade para transformar um dos países mais pobres do mundo como Moçambique num dos maiores exportadores globais de GNL.

Os rebeldes armados conotados com o Estado Islâmico já invadiram uma localidade que fica a cerca de cinco quilómetros do projeto de GNL que é atualmente o maior investimento privado em África, o que aumenta os riscos que correm as equipas técnicas que trabalham no projeto daquele que será o futuro terminal de exportação de GNL na costa norte de Moçambique, apesar desta unidade estar “fortemente protegida”.

A Total adianta que esta “situação está a ser continuamente revista”. Apesar dos esforços militares que têm sido feitos para conter as incursões dos guerrilheiros islâmicos desde que este problema começou, em outubro de 2017, já morreram 2.500 pessoas na região e foram desalojados das suas casas cerca de 570 mil habitantes, refere a agência Bloomberg.

O projeto “Mozambique LNG” – com início de produção previsto para 2024 – foi um dos locais em que apareceram os primeiros casos de coronavírus em Moçambique, o que motivou a suspensão das obras neste projeto industrial, até junho. A Total detém uma participação de 26,5% neste projeto, adquirida por 3,9 mil milhões de dólares (cerca de 3,19 mil milhões de euros) em setembro de 2019.

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