A multinacional norte-americana Toys “R” Us, dona de uma cadeia mundial de lojas de brinquedos, prepara-se para a liquidação se não conseguir acordar a reestruturação da dívida com os credores. A entrada de um investidor na empresa é vista como a última hipótese de sobrevivência.
Em setembro de 2017, a empresa declarou falência e, embora tenha conseguido um crédito de 3,1 mil milhões de dólares para relançar a marca, a fraca campanha em dezembro colocou o grupo no “vermelho” novamente.
A crise no retalho norte-americano não para de se acentuar e a Toys “R” Us, que já chegou a faturar 11 mil milhões de dólares por ano, não consegue escapar ao efeito dominó.
Depois de declarar falência, a empresa esperava conseguir um balão de oxigénio com o empréstimo e, consequentemente, com a renegociação da dívida com os credores, devido ao valor elevadíssimo da mesma. Apesar de que o grande objetivo é o de encontrar um novo novo investidor, capaz de estabilizar as finanças da empresa.
Mas nem uma coisa nem a outra. De acordo com a Bloomberg, a Toys “R” Us já definiu o encerramento de mais de 800 lojas nos Estados Unidos.
A lei norte-americana sobre a falência prevê que as empresas com problemas financeiros encontrem opções viáveis para recuperar economicamente, mas os maus resultados da campanha de Natal da Toy “R” Us revelaram a inviabilidade da empresa. Em janeiro, a empresa admitiu vir a encerrar mais 180 lojas para minimizar prejuízos.
A situação também se deteriorou em algumas filiais fora dos EUA, que não faziam parte do estado de falência inicial. A Toys “R” Us tem 64 mil funcionários em todo o mundo.
No Reino Unido, a Toys “R” Us também está falida e, tal como a filial asiática, o ramo mais lucrativo da multinacional, procura um investidor. No Reino Unido, esta situação coloca em risco 3 mil postos de trabalho, segundo o britânico “The Guardian“.
Na Europa, a Toys “R” Us opera em dez países, incluindo Portugal, Espanha, França e Alemanha.
Portugal, Espanha e França mantém-se o “normal funcionamento de todas as lojas”, disse a marca em comunicado a 28 de fevereiro. “Estamos empenhados em garantir a continuidade desta grande marca por muitas gerações”, disse o diretor-geral para França e Península Ibérica, Jean Charretteur, no mesmo comunicado.
A falência da Toys “R” é a segunda maior no setor do retalho especializado nos EUA. Em 2002, a Kmart, que detinha 14,6 mil milhões de dólares em ativos, abriu falência.
A confirmar-se a liquidação do gigante na venda de brinquedos, será um “golpe” preocupante no setor, uma vez que a cadeia representa aproximadamente 15% do volume de negócios de todo o setor nos EUA. A companhia estava lançando números vermelhos desde 2013, apesar de, em 2016, ter registado 460 milhões de lucros operacionais.
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