Quando uma das marcas mais famosas de brinquedos, a Toys “R” Us, entrou em falência nos Estados Unidos, muitos jovens lamentaram nas redes sociais o fim das lojas que tinham marcaram a sua infância. Em Portugal e Espanha a situação foi diferente. Este ano foi efectuado um processo de compra da Toys”R”Us Ibéria por parte da sociedade de investimento Green Swan, em 60% e em 40% por parte da antiga equipa de direção.
Paulo Sousa Marques, que se manteve à frente da atual equipa de gestão, assumiu o cargo de CEO ibérico. “Na Península Ibérica é uma empresa saudável, não deve um tostão a ninguém e tem um ativo imobiliário importante. Em 27 anos de existência nunca teve uma dívida vencida. O efeito contágio, dos Estados Unidos, é sempre uma chatice mas se tivessemos medo disso não tinhamos comprado. “, diz ao Jornal Económico.
Atualmente, e depois da aquisição, conta com um património líquido de 112 milhões de euros. Existem 10 lojas em Portugal e 51 em Espanha. A aquisição teve como objetivo revitalizar a marca por via de um novo modelo de gestão garantindo uma série de mudanças em loja – revitalização dos espaços e novidades como o centro de experiências, garantindo a continuidade da marca, bem como a abertura de 25 lojas de proximidade nos próximos cinco anos, em cidades mais pequenas ou em centros urbanos. Muitas das novas lojas serão lançadas, pela primeira vez, segundo a fórmula do franchising. “Na nossa filosofia as crianças podem brincar com o quiserem dentro da loja. Temos produtos fora de caixa e queremos ser vistos como a empresa mais inovadora dentro deste setor de atividade. Vamos investir na criação de novos produtos e estimular ‘startups’’ inovadoras na área do brinquedo”, acrescenta Paulo Sousa Marques.
Os espaços da marca passaram a ser sobretudo centros de experiências, onde as crianças e pais podem ver, tocar e brincar. Para isso, a Toys”R”Us e a sua marca de bebés, Babies”R”Us, reforçaram as suas atividades, incorporando novos serviços e redefinindo os seus espaços para que as crianças possam interagir. Para chegar a um público mais especializado – adolescentes, pais e colecionadores – há também uma zona Friki, um espaço destinado aos Kidults, que disponibiliza produtos das séries e filmes mais seguidos. A empresa vai ainda abrir novas áreas de leitura, organizadas por idade, com uma mais ampla e atual oferta.
‘Aposta no ‘e-commerce’
As vendas na internet são também uma aposta de futuro. “De facto, registou-se uma mudança do cliente. O online tem estabilizado nos 30% em outros países da Europa, mas em Portugal ainda há espaço para crescer. Na Toys “R” Us estamos muito fraquinhos, com 5 ou 6%, e queremos chegar muito rapidamente aos 20%”.
A empresa vai alterar todo o ‘software’ para o ‘online’ e isso acontecerá no primeiro semestre do próximo ano. “Vai ser um ‘software’ que permite a utilização em dispositivos móveis e, por isso, o investimento já passa os dois milhões de euros. Para sermos mais eficientes e competititivos do que somos hoje”, sublinha o responsável.
No entanto, as lojas físicas continuarão a ser fundamentais para o êxito do negócio. “Após a aquisição da Toys”R”Us Ibéria, a empresa ganhou uma nova vida, cheia de novidades. As lojas Toys”R”Us serão cada vez mais um espaço para os clientes desfrutarem de momentos de alegria e emoção e onde podem encontrar vários serviços. Não apenas em família, mas todos, desde as crianças aos adultos, com espaços e ofertas específicas para os diferentes públicos”.
Com o Natal à porta, uma boa fatia da faturação vem desta época. “Vamos demonstrar que a magia do brincar é importante para todos e todos os dias”, afirma o CEO. Pela primeira vez, e com o objetivo de criar proximidade com o cliente, a empresa vai ter este serviço disponível na noite de 24 de dezembro, entre as 21h00 e as 02h00 do dia seguinte, em todas as lojas do país, mediante inscrição.
Artigo originalmente publicado na edição impressa de 21 de dezembro de 2018
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