Pedindo a convergência das “forças do Norte na defesa da manutenção da refinaria”, Telmo Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energias e Atividades do Ambiente (Site-Norte) referiu que a decisão é “reversível”, caso haja vontade governamental.
No protesto, que decorreu frente à Câmara do Porto e onde numa faixa se lia “a Galpada continua com o roubo de direitos”, o sindicalista classificou a decisão de encerramento “precipitada e sem racional económico e social”.
Pouco depois de a concentração ter começado, o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, foi ter com os trabalhadores para lhes dizer que as preocupações são legítimas, mas que não pode haver da sua parte uma “ingerência”.
A Galp anunciou em dezembro a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano, uma decisão que põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.
Telmo Silva frisou que o fecho da refinaria significa desemprego e empobrecimento não só do concelho de Matosinhos, no distrito do Porto, mas da região Norte.
Sublinhando que todas as posições são decisivas neste processo, o também membro da comissão de trabalhadores salientou a importância de uma “convergência de forças” para que a decisão seja revertida.
“Por interesse nacional tudo é possível de inverter”, vincou Telmo Silva.
Depois da crise pandémica, a retoma económica vai surgir e o país precisa da sua indústria, entendeu, acrescentando que a transformação da refinaria numa biorrefinaria é viável e rentável.
Nesta sequência, Rui Pedro Ferreira, há 34 anos na refinaria, afirmou que o complexo petroquímico da refinaria de Matosinhos dispõe de todos os equipamentos necessários para se transformar numa biorrefinaria.
E alertou ainda para o facto de que o anunciado encerramento não vai provocar nenhuma diminuição de emissões de dióxido de carbono, mas sim uma transferência e concentração em Sines.
Além disso, lamentou que a Galp continue sem se pronunciar quanto ao futuro dos trabalhadores.
O encerramento da refinaria de Matosinhos levou a Galp a contabilizar 200 milhões de euros, após impostos, nos resultados relativos a 2020, foi segunda-feira comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.
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