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Trabalhadores da cortiça recusam aumentos salariais propostos pelo patronato

Proposta de aumentos salariais de 36 euros não agrada ao sindicato. E avança com o costumeiro exemplo da Corticeira Amorim para provar que o sector está a passar por um bom momento.
5 Julho 2024, 09h29

“Na última reunião de negociações, a associação patronal (APCOR) apresentou uma proposta de 36 euros de aumento salarial” que o sindicato do sector não aceita. Em comunicado divulgado pela Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), os trabalhadores afirmam que “esta posição patronal é inadmissível”.

E explicam porquê: “as exportações de cortiça no grupo Amorim atingiram um recorde de 670,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2023; os lucros da Corticeira Amorim chegaram aos 88,9 milhões de euros em 2023; os dividendos distribuídos aos acionistas em abril deste ano foram 26,6 milhões de euros”.

“Este patronato que se vangloria de querer ter salários acima do salário mínimo nacional (SMN), é o mesmo que agora tem uma proposta de 36 euros, muito abaixo dos 60 euros de atualização do SMN”, referem os sindicatos. Que se queixam ainda de, numa “numa clara desconsideração para com os trabalhadores, ainda declaram que aquele ‘é o aumento que o sector considera justo e equilibrado para não comprometer o futuro do mesmo’”. É neste quadro que os representantes dos trabalhadores afirmam que os patrões, que “há anos atrás promoveram a discriminação salarial entre mulheres e homens” quem agora “empurrar os trabalhadores do sector para o salário mínimo nacional”.

Afirmando que “esta é uma situação inaceitável!”, “os trabalhadores exigem respeito e aumentos salariais compatíveis com os lucros que o sector tem. Por isso, se na próxima reunião de 9 de Julho, o patronato não alterar significativamente a sua posição, será o único responsável pela conflitualidade que se verificar!”

Recorde-se que, há precisamente um ano, as negociações tomaram exatamente o mesmo rumo: os trabalhadores corticeiros decidiram avançar para uma greve de quatro dias pelo “aumento digno dos salários”. Na altura, a greve afetaria a Amorim Subertech, Amorim Cork Flooring, Granorte – Revestimentos de Cortiça, Socori – Sociedade de Cortiças de Riomeão, Amorim Champcork, Amorim Cork e Amorim Cork Composites.

Tal como este ano, as queixas do sindicato concentravam-se contudo no Grupo Amorim – que, sendo prevalecente no sector, não é o único a operar na área. A proposta patronal de 2023 era de 58 euros para os salários e 50 cêntimos/dia para o subsídio de refeição.

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