Os trabalhadores da agência “Lusa” não descartam a hipótese de avançar para ações de luta, caso o “Governo não se mostre sensível aos argumentos da administração. Numa carta a que o Jornal Económico teve acesso esta sexta-feira, os trabalhadores dizem estar a par das conversações entre o Governo e a administração da agência sobre o corte imposto no seu orçamento.
Na quinta-feira, o presidente do conselho de administração da Lusa, Nicolau Santos, reafirmou ao Jornal Económico (JE) que a atual administração da agência de notícias não vai cumprir o plano de atividades e orçamento (PAO), aprovado pelos acionistas em 19 de julho, porque “não é possível” respeitar o PAO face ao corte de 462 mil euros em fornecimentos e serviços externos (FSE), que impede o cumprimento do contrato-programa com o Estado e pode provocar o despedimento de jornalistas cerca de um ano depois de a agência “recompor a sua rede nacional e internacional de correspondentes”.
Nicolau Santos lembrou, ainda, que antes do PAO ter sido aprovado pelos acionistas, a administração da Lusa já tinha elaborado três versões “aceitáveis” para o Estado para “acomodar as orientações do conselho de administração”. Daí que a aprovação do orçamento da Lusa tenha sido para o CEO “uma decisão surpreendente”.
Leia a carta na íntegra:
“Os trabalhadores da Lusa estão a par das conversações entre o Governo e a administração da Lusa sobre o corte imposto no orçamento da agência, que esperam que cheguem a bom porto e que o corte seja revertido. A Lusa tem vindo a ser sucessivamente alvo de cortes, que são injustos, injustificados e contraproducentes, quando é necessário reforçar o papel agência como garante de informação independente. Os trabalhadores lamentam que a aprovação anual do Plano de Atividades e Orçamento se tenha tornado um momento de renovada preocupação e pedem estabilidade no financiamento da Lusa. Os trabalhadores não excluem a possibilidade de avançar para ações de luta se o Governo não se mostrar sensível aos argumentos da administração”.
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