Em plenário esta quinta-feira, os trabalhadores decidiram que insistir junto do Governo para ver quais as propostas concretas para encontrar alternativas ao despedimento, disse à agência Lusa Fátima Messias, coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).
A negociação do despedimento coletivo da Saint-Gobain de Santa Iria da Azoia terminou na terça-feira sem acordo entre as partes, mas os trabalhadores viram a sua compensação majorada e alguns benefícios sociais prorrogados.
Os representantes dos trabalhadores da Saint-Gobain reuniram-se na segunda-feira, no Ministério do Trabalho, com os secretários de Estado do Emprego e Adjunto do ministro da Economia para tentar que o Governo tomasse medidas antes de a empresa formalizar o despedimento coletivo.
No plenário foi decidido pedir nova reunião aos dois ministérios. “Pretendemos também apresentar ao Governo propostas para aproveitar as potencialidades das instalações e dos equipamentos da fábrica de Santa Iria, aproveitando o conhecimento e experiência destes trabalhadores”, explicou Fátima Messias.
Segundo a sindicalista, os trabalhadores também não se conformam com o facto de o grupo Saint-Gobain nada ter feito para impedir o encerramento da empresa, e vão tentar fazer pressão na estrutura europeia do grupo, através do Comité Europeu de Empresa, onde está um representante dos trabalhadores portugueses.
Os representantes dos trabalhadores vão também pedir reuniões aos grupos parlamentares, “para lhes dar conhecimento de que os trabalhadores não desistiram e perguntar o que cada um vai fazer para os ajudar a encontrar uma alternativa ao despedimento”.
A empresa tinha contratado os serviços de uma consultora para ajudar a encontrar novos empregos para os trabalhadores a despedir e comprometeu-se a manter esse apoio até ao início do próximo ano.
Segundo a empresa, os problemas da Saint-Gobain Sekurit Portugal têm mais de uma década, mas “a pandemia da covid-19 agravou uma situação já de si frágil, aumentando substancialmente a retração do mercado automóvel (a empresa transforma vidro para os automóveis, sendo essa a sua única atividade), sem possibilidades de recuperação a curto, médio e longo prazo”.
Em Portugal, o Grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 trabalhadores distribuídos por 11 empresas e oito fábricas e totaliza um volume de faturação da ordem dos 180 milhões de euros.
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