[weglot_switcher]

Trabalhadores dos CTT admitem recorrer à greve contra novo plano de saúde

A greve não está fora de questão”, disse à Lusa Eduardo Rita, secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT). ”
20 Abril 2024, 22h06

Cerca de cem trabalhadores dos Correios de Portugal (CTT) concentraram-se hoje, em Lisboa, em protesto contra o novo plano de saúde, admitindo recorrer à greve.

“A greve não está fora de questão”, disse à Lusa Eduardo Rita, secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).

“Vamos ter a assembleia geral do sindicato no próximo mês e possivelmente daí irá sair uma greve geral nos CTT por causa do IOS”, o subsistema de saúde conhecido como Regulamento de Obras Sociais e que a administração da empresa substituiu por um novo Plano de Ação Social (PAS), “com prejuízo para os trabalhadores”.

A concentração agendada para hoje pela Comissão de Trabalhadores e todos os sindicatos representativos dos CTT teve como objetivo “protestar contra a atitude da administração” dos Correios, que decidiu “unilateralmente” anular o IOS e aplicar o PAS a partir de janeiro.

O SNTCT recorda que o regulamento “só podia ser alterado com o acordo das partes” e, por isso, avançou com um processo em tribunal.

A primeira acareação de partes está agendada para 08 de maio, adiantou Eduardo Rita.

As negociações entre administração e sindicatos iniciaram-se em setembro, mas não resultaram em acordo.

“Nós estamos disponíveis para negociar uma coisa séria”, garante o dirigente sindical.

Alda Rosário, coordenadora da Comissão de Trabalhadores dos CTT e carteira na central de Lisboa, criticou os cortes nos apoios, numa altura em que a empresa regista lucros.

Em 2023, os CTT, hoje uma empresa privada a 100%, alcançaram resultados líquidos de 60,5 milhões de euros, um aumento para quase o dobro em relação ao ano anterior.

“Achamos que não é justo aquilo que os CTT estão a fazer aos trabalhadores dos Correios. Estamos a pagar mais por menos, hoje em dia”, realça.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.