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Serviços postais caem 12,4% mas tráfego de encomendas dispara 20% em 2020

Tráfego total dos serviços postais caiu 12,4% em 2020, uma quebra que “está associada aos efeitos da pandemia da Covid-19” e que foi “mais expressiva” do que o recuo verificado em 2019 (-6,7%). A pandemia terá tido “um impacto direto, negativo, de 9,8% no tráfego postal total”.
Cristina Bernardo
27 Fevereiro 2021, 14h00

A pandemia da Covid-19 veio acelerar a tendência de diminuição do tráfego postal, tendo em conta que de 2019 para 2020 a quebra do tráfego de correspondências, correio editorial e publicidade endereçada quase duplicou. Contudo, o contexto pandémico gerou um disparo no tráfego de encomendas, segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) relativos a 2020.

De acordo com o regulador sectorial, o tráfego total dos serviços postais caiu 12,4% em 2020, uma quebra que “está associada aos efeitos da pandemia da Covid-19” e que foi “mais expressiva” do que o recuo verificado em 2019 (-6,7%). A Anacom calcula que a pandemia teve “um impacto direto, negativo, de 9,8% no tráfego postal total”. Caso não tivesse ocorrido a pandemia, “estima-se que o tráfego postal tivesse diminuído apenas 2,9%, o que representaria um decréscimo menos acentuado que o verificado em 2019 (-6,7%)”.

Em contraciclo, contudo, esteve o tráfego de encomendas que aumentou 20%. “O ritmo de crescimento foi superior ao verificado no ano anterior (14,1%), enquanto as diminuições verificadas no envio de correspondência e correio editorial (-15,3% e -11,9%, respetivamente), foram as mais significativas desde o início da recolha destes indicadores (em 2012). O envio de publicidade endereçada diminuiu 15,5%”, detalha a Anacom.

No último ano, 75,5% do tráfego postal correspondeu a correspondências, 7,6% era correio editorial e 6,8% era referente a publicidade endereçada.

Os serviços postais afetos ao serviço postal universal, cujo incumbente são os CTT, representaram cerca de 82,2% do tráfego, menos 2,7 pontos percentuais do que em 2019. A Anacom adianta, ainda, que 55% da receita gerada pelo tráfego total postal respeitava ao serviço postal universal.

No final de 2020, contabilizavam-se cerca de 14,8 mil trabalhadores afetos à exploração dos serviços postais, 75,6% dos quais trabalhadores dos CTT. A Anacom diz que se registaram mais 20 trabalhadores nos serviços postais e menos 218 nos CTT, face a 2019.

Em 2020, os veículos, os pontos de acesso e os centros de distribuição aumentaram, respetivamente, 22%, 8,3% e 1,7%. “O crescimento do número de veículos deveu-se em grande medida à expansão da frota de vários prestadores de correio expresso, incluindo o grup CTT. O aumento dos pontos de acesso deveu-se sobretudo à entrada em exploração de duas novas redes de recolha e entrega de encomendas de dois prestadores”, detalha a Anacom.

O número de estações de correio dos CTT aumentou 4,3% em relação ao trimestre homólogo, contabilizando mais 23 estações, enquanto o número de postos de correios diminuiu 1,5%, continuando a tendência de restruturação da rede iniciada em 2019.

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