O tráfego de voz caiu 6% e o tráfego de dados (fixos e móveis) recuou 1% na semana do Carnaval (entre 15 e 21 de fevereiro), face à semana anterior, de acordo com os dados da Autoridade Nacional de Comunicações.
O regulador destaca que o “tráfego de dados foi 99% superior ao contabilizado no período anterior à pandemia e ficou 19% acima do verificado na semana de 16 a 22 de março de 2020, semana em que se iniciou o primeiro estado de emergência”. Isto porque o tráfego de dados decresceu em internet fixa caiu 1% e o tráfego de dados móveis cresceu 2% na semana do carnaval.
Ora, o tráfego de voz diminuiu 6% na semana do Carnaval, face à semana anterior, “situando-se 10% acima do verificado no período pré-Covid, e 24% abaixo do valor atingido na segunda semana de pandemia (semana em que atingiu o seu máximo)”. Em comparação com a semana anterior, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel diminuíram 4% e 6%, respetivamente.
A evolução do tráfego
Durante o primeiro estado de emergência, decretado em 19 de março de 2020, o tráfego de voz fixa cresceu, em média, 70% acima da tendência de crescimento antes da pandemia. Já na voz móvel, esse crescimento foi de 43%, em média.
Após os primeiros 15 dias do primeiro estado de emergência, os valores estabilizaram, de alguma forma. “O crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias foi entre 61% e 62%, no caso do tráfego de voz fixa, e entre 41% e 47% no caso da voz móvel”.
Segundo os dados da Anacom, terminada a primeira vaga de estados de emergência – entre março e abril -, o tráfego das comunicações só voltou a acelerar em setembro, com a entrada em vigor do estado de contingência, no dia 15 e, posteriormente, com o estado de calamidade, em 15 de outubro.
Aí, “verificou-se uma nova aceleração do tráfego de voz”. “Neste período, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram adicionalmente 1,6% por semana e 0,8% por semana, respetivamente, face ao período anterior”, lê-se.
Com a entrada em vigor do segundo estado de emergência, em 9 de novembro, “registou-se um abrandamento devido aos feriados no mês de dezembro. “Após o restabelecimento do dever geral de recolhimento domiciliário, na semana de 24 de janeiro de 2021, registou-se um novo pico no tráfego de voz seguido de um decréscimo do tráfego (-5% por semana no caso da voz fixa e -3% por semana no caso da voz móvel)”, adianta a Anacom.
Os dados do regulador evidenciam, contudo, que, desde o início da pandemia, nas semanas em que existiram feriados, o consumo de
tráfego de voz fixa caiu 10% e na voz móvel recuou 8%. A mesma tendência se verificou no mês de agosto de 2020 – habitualmente um mês marcado pelas férias de verão -, registando-se uma queda de 9% do tráfego de voz fixa e móvel.
Por outro lado, desde a entrada em vigor das medidas de combate à pandemia, tem sido o tráfego de dados fixos que mais aceleração no consumo tem revelado. Por exemplo, no primeiro estado de emergência, em março de 2020, o tráfego de dados fixo (a internet consumida em casa) cresceu cerca de 63% acima da tendência observada antes da pandemia.
“Após esse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias variou entre 37% e 43%”, lê-se.
Ora, com a entrada em vigor do estado de contingência de setembro do ano passado e, posteriormente, com o estado de calamidade, em outubro, tal como no caso do tráfego de voz, os dados mostram “uma nova aceleração do tráfego de dados, embora com um crescimento adicional superior (+1,6% por semana)”.
E durante a segunda vaga de estados de emergência, que se iniciou em 9 de novembro, “atingiram-se dois picos no tráfego de dados fixos nas semanas em que foram concedidas tolerâncias de ponto e em que ocorreu um feriado (semanas terminadas em 6 e 13 de dezembro), e novos máximos históricos após o restabelecimento do dever geral de recolhimento domiciliário (a partir da semana de 24 de janeiro).
O tráfego de dados móveis, por sua vez, “registou um aumento durante o período de verão, tal como historicamente vem acontecendo, e que coincidiu com a generalidade do período de estado de alerta”.
O tráfego de voz móvel, que representa 89% do total do tráfego de voz, foi 11% superior ao verificado no período pré-Covid-19 e 22% inferior ao tráfego registado na segunda semana de pandemia.
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