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Transferências MB Way na ‘app’ do BCP aumentaram 450% desde janeiro

Na atividade do BCP no mercado português, as comissões com cartões e transferências contraíram 0,6% no primeiro semestre. Miguel Maya, CEO do banco, e com responsabilidade direta na transformação digital do banco, quer mais de 60% dos clientes a utilizarem os canais digitais e mais 45% a utilizarem os canais ‘mobile’ até 2021.
Millennium Bcp
30 Julho 2019, 07h35

As transferências MB Way através da app do Millennium bcp aumentaram 450% desde janeiro, disse o CEO do banco, Miguel Maya, esta segunda-feira, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação dos resultados semestrais.

Questionado sobre o impacto da cobrança das transferências realizadas através do MB Way nas comissões do banco, Miguel Maya respondeu que “a grande maioria dos clientes não está a pagar comissões no MB Way”. E explicou que isto deve ao facto de “grande parte [dos clientes terem] menos de 23 anos e porque têm produtos ou modelos de relacionamento com o banco, com determinado tipo de pacotes ou determinado tipo de contas, que leva a que isto esteja incluído”. “E ao estar incluído, não têm a necessidade de pagar”, disse.

No primeiro semestre do ano, na atividade em Portugal, as receitas com as comissões do BCP ascenderam aos 235, 5 milhões de euros, mais 0,7% do que o período homólogo. Dentro destas, as comissões com cartões e transferências até contraíram 0,6%, caindo de 53,1 milhões para 52,8 milhões.

O ambiente FinTech do BCP não é de agora, mas Miguel Maya fez questão de abordar a “transformação digital” do banco que lidera logo nos minutos iniciais da apresentação de resultados, uma área que, segundo o currículo publicado na página oficial do banco, corresponde a uma responsabilidade direta do CEO.

De acordo com o plano estratégico do banco, o BCP pretende atingir os seis milhões de clientes ativos em 2021, com uma penetração dos canais digitais a superar os 60% e no mobile acima dos 45%.

No primeiro semestre de 2019, depois de uma subida homóloga de 4,25% para 4,9 milhões de clientes ativos, o BCP passou a estar a menos de dois milhões de clientes de atingir a meta definida.

E, no digital, a “evolução tem sido francamente favorável”, referiu Miguel Maya. “Desde dezembro de 2017 crescemos mais 26% nos clientes digitais e 54% nos clientes que utilizam mobile”, frisou o CEO.

O banco terminou os primeiros seis meses do ano com 57% de clientes digitais, a três pontos percentuais do objetivo mínimo de 2021 e 37% dos clientes já utilizavam os canais mobile, como a app do BCP, portanto, a oito percentuais da meta.

Na transformação digital do BCP, existem escolhas. “Não vamos fazer tudo”, salientou o CEO. “Não estamos a fazer nenhum desenvolvimento só porque alguém apresentou esse desenvolvimento ao mercado”.

A “incorporação da tecnologia”, como lhe chamou Miguel Maya, é importante para o BCP em várias dimensões. Não só permite cumprir com a “obrigação de tornar o banco mais adaptável e mais flexível para responder aos novos desafios”, como também aprofunda a “melhoria da experiência dos clientes através do digital”. E, além disso, corresponde à “necessidade de fazermos esta incorporação de tecnologia para conseguirmos convergir para o rácio de 40% cost to income em 2021”, que é outro dos objetivos do banco até essa data.

Numa altura em que as FinTech assumem cada vez mais importância no setor financeiro, na medida em que ora estão a ser adquiridas pelos bancos, ora estão se tornam parceiros estratégicos da banca, Miguel Maya não quis avançar com o número concreto quando foi questionado sobre o montante do investimento canalizado para a transformação digital.

“Não vou dar um número no investimento do digital, não quero que nenhum dos concorrentes fique a pensar se está a investir bem ou mal no digital”, respondeu o CEO do BCP.

Ainda assim, disse que o BCP tem “um orçamento muito reduzido” porque precisa de “gerir muito bem a rendibilidade no presente e as fontes de geração de rendibilidade no futuro”. “Somos muito criteriosos nos investimentos”, frisou Miguel Maya.

A tranformação digital do BCP não é operada apenas para fora, para os clientes, mas também para dentro, no âmbito de uma “transformação operativa”.

Falar nisto corresponde a abordar o “tema dos custos”, o “tema da eficiência”, disse Miguel Maya. Neste sentido, o BCP já implementou “robóticas ao nível das operações”, estando a incorporar “a inteligência artificial e text analystics”, revelou. “Portanto, um grande esforço com a melhora da eficiência do banco”.

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