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Três em cada 10 portugueses permitiria que Governo monitorizasse atividade nas redes sociais

O inquérito da consultora demonstra que apenas 19% dos portugueses que participaram nesta investigação tinham ouvido falar em sistemas de qualificação social. Principal motivo para permitir esta partilha de informação prende-se com o acesso a oportunidades de emprego.
10 Julho 2020, 13h03

Três em cada 10 portugueses (31%) concordaria que o Governo monitorizasse a sua atividade nas redes sociais se isso contribuísse para manter os cidadãos mais seguros. As conclusões são de um estudo conduzido pela consultora Kaspersky que informam ainda que a razão para motivar esse acesso seria para “reencontrar amigos de infância”.

O inquérito da consultora demonstra ainda que mais de metade dos inquiridos portugueses partilharia informação privada sensível para aceder a oportunidades de emprego (52%), melhores tarifários e descontos (36%) ou serviços especiais (35%).

A análise divulgada, esta sexta-feira, revela que apenas 19% dos portugueses que participaram nesta investigação tinham ouvido falar em sistemas de qualificação social — semelhantes aquele já implementado em China — uma percentagem bastante inferior à média mundial de 46%. Por outro lado, embora os ratings sociais já estejam a ser utilizados e sejam cada vez mais conhecidos, não existe ainda consenso acerca do seu funcionamento e eficácia.

Prova disso, mais de um terço dos consumidores portugueses (36%) reconheceu ter problemas em compreender como funciona um sistema de pontuação social. Desconhecem, por exemplo, como é calculada uma pontuação e como pode ser consultada, além de como será corrigida caso se verifiquem imprecisões.

Além disso, uma vez que estes sistemas são baseados em aprendizagem automática (machine learning), torna-se mais difícil saber que escolhas fazem e se são confiáveis, especialmente ao nível da segurança.

Ainda que o panorama digital atual faça parecer que partilhar dados pessoais é algo inevitável, a proteção da privacidade (online e offline) continua a ser possível e, por isso, a Kaspersky aconselha os consumidores a seguirem diversas medidas para assegurarem a proteção da sua informação.

A principal recomendação passa por “ser responsável na hora de partilhar informação pessoal online” e  “eliminar a conta e o histórico, sempre que possível, quando se deixa de utilizar uma aplicação ou um serviço online, bem como verificar que serviços conectados têm acesso às suas redes sociais”.

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