Três antigos agentes dos serviços secretos norte-americanos admitiram ter participado numa operação de pirataria informática ao serviço dos Emirados Árabes Unidos, visando inimigos daquele Estado do Golfo, disse na terça-feira o Departamento de Justiça dos EUA.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), os três homens concordaram em pagar um montante combinado de 1,7 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) em sanções financeiras, correspondente à quantia que ganharam ao serviço dos Emirados, para suspender os processos judiciais por violação das leis de exportação dos Estados Unidos, fraude informática e acesso fraudulento a computadores.
Um tribunal federal na Virgínia aceitou suspender a acusação por três anos no caso, que pôs em evidência o mercado global de pirataria informática, em que governos recrutam peritos estrangeiros em segurança informática para serviços de espionagem.
Os três homens tinham trabalhado nos serviços secretos norte-americanos, incluindo na Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), antes de participarem, entre 2016 e 2019, em ciberataques realizados por uma empresa ligada ao governo dos Emirados Árabes Unidos contra vários alvos, incluindo servidores informáticos nos EUA, de acordo com a justiça norte-americana.
Uma destas operações deu-lhes acesso a “dezenas de milhões” de smartphones, de acordo com a mesma fonte.
Para além das sanções financeiras, os arguidos foram banidos dos serviços secretos norte-americanos e proibidos de se envolverem novamente em atividades de pirataria informática.
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