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‘Três grandes’ venderam perto de dois milhões de telemóveis em Portugal

No ano passado, a Huawei, a Samsung e a Apple tiveram vendas superiores às da Wiko, da TCL e das outras marcas todas juntas: 1.823.124 unidades.
People walk next to Brightstar booth at the Mobile World Congress in Barcelona, Spain on February 25, 2019. Photo: Reuters
28 Abril 2019, 12h00

Wiko, a TCL e as outras marcas de smartphones em conjunto não chegam para tirar o trono aos «três grandes» dos telemóveis. No passado, só a Huawei, a Samsung e a Apple venderam 1.823.124 unidades em Portugal, muito acima dos 931.045 telemóveis vendidos pelas restantes concorrentes, segundo os dados da consultora tecnológica IDC. Os fabricantes de smartphones lutam para fazer a diferença, mas é cada vez mais difícil, de acordo com algumas vozes do mercado contactados pelo Jornal Económico.

A Apple “só” vendeu 313.652 telemóveis em Portugal, mas ninguém lhe tira a fidelização dos clientes, ávidos pelo seu iPhone, enquanto os “Huaweiers” e “Samsungers” são mais abertos a saltitar entre marcas. Tal como afirma Rúben Baía, da Forall Phones, a Apple tem uma estratégia “muito própria” de lançar apenas entre um a três modelos de iPhone por ano, ao contrário das suas principais adversárias, que podem apresentar um leque mais vasto. “Temos assistido ao desenvolvimento das câmaras fotográficas – há cinco anos um telemóvel tinha, no máximo, duas e hoje há alguns com cinco –, das soluções de acessórios de música (AirPods, Galaxy Buds, etc.) e do entretenimento (melhores e maiores ecrãs). Os telemóveis são também cada vez mais poderosos, podendo ser quase utilizados como verdadeiros substitutos dos computadores”, refere.

Apesar de passar mais despercebida face aos três pesos-pesados dos smartphones, a Wiko, made in France, está na quarta posição dos maiores vendedores em Portugal. Desde a sua entrada no mercado nacional, vendeu mais de 1,5 milhões de unidades, mas os “reis e senhores” de 2018 foram os da Gama View2 (sendo que a “terceira temporada” desta série já foi revelada, e a Wiko antevê “um bom caminho” da mesma).

Já os últimos volume drivers em Portugal da japonesa Sony foram o Xperia L1 e XA1, mas a marca está à espera do próximo mês de maio para surpreender positivamente os portugueses com o lançamento oficial do Xperia 1 no país. “Estamos a apostar num pipeline que surpreenda e que vá ao encontro das necessidades dos nossos consumidores, cada vez mais informados e exigentes face ao mundo tecnológico atual”, explica ao semanário Verónica Pestana, diretora comercial da Sony Mobile Portugal.

No que diz respeito à finlandesa Nokia – que em 2011 viu a Apple e a Samsung porem fim à sua liderança de mais de uma década a nível mundial – foram modelos das famílias Nokia 3 e Nokia 7 os mais requisitados. Contactada, a porta-voz da empresa salientou também o desemprenho “excelente” da família Nokia 1.

Em relação à Neffos, criada pela fabricante de Shenzhen TP-Link, o X1 Lite e o C5A foram os mais bem-sucedidos em 2018, com uma receita arrecadada de 603.397 euros e 355.394 euros, respetivamente. Porém, já tem ‘quem’ entre em campo e faça a sua substituição este ano: o C9A e o C5 Plus, pela mesma ordem. Os números não surpreendem, tendo em conta que o X1 Lite é um equipamento de gama média-baixa que, por exemplo, a Deco Proteste recomendou a crianças e a principiantes nestas andanças dos smartphones. “Entre as caraterísticas anunciadas para este equipamento encontramos um design agradável, um bom interface, uma bateria de longa duração. Pensamos que, olhando para a experiência do utilizador, poderá ser um equipamento interessante”, referem os especialistas da Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor. O selo chinês está a alastrar-se ao Velho Continente, mais concretamente a Portugal, desde logo pelo facto de existirem duas empresas chinesas no ‘top5’ de vendas nacionais: Huawei e TCL. Esta última, ainda que ao início não tenha apostado no ramo mobile, prepara-se para entrar na corrida dos telefones flexíveis com uma ideia diferente e que talvez denote a vontade de chegar a um público mais executivo: dobrar-se até se tornar um smartwatch.

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