O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que será anunciado um novo acordo comercial entre Washington e Londres, um compromisso “completo e abrangente, que irá consolidar a relação entre os Estados Unidos e o Reino Unido durante muitos anos”.
O anúncio sobre o acordo com os britânicos deve ser feito em Washington, às 10:00 locais (15h00 em Lisboa). É o primeiro acordo comercial bilateral anunciado desde que Trump começou a aplicar tarifas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.
“Muitos outros acordos, que estão em fases importantes de negociação, estão a vir!”, avançou o governante.
Na quarta-feira à noite, o Presidente norte-americano já tinha avançado que iria anunciar um “grande acordo comercial” com um “país grande e muito respeitado”, mas que não identificou.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou hoje que sempre “agirá no interesse nacional” e proporcionará “segurança e renovação” ao Reino Unido, antes do anúncio planeado pelos Estados Unidos sobre o acordo comercial entre os dois países.
“Estamos em negociações com os Estados Unidos há algum tempo e terão mais detalhes hoje, mas não se deixem enganar, pois agirei sempre no interesse nacional, pelos trabalhadores, empresas e famílias, para trazer segurança e renovação ao nosso país”, disse o líder trabalhista num discurso em Londres.
Há muito que o Reino Unido procura assinar um acordo comercial com os Estados Unidos para mitigar o impacto das tarifas anunciadas no mês passado por Donald Trump, que impôs uma taxa de 10% sobre todas as exportações britânicas e uma sobretaxa de 25% sobre o aço, o alumínio e os veículos.
Um dos principais objetivos dos negociadores britânicos tem sido reduzir ou suspender o imposto de importação dos Estados Unidos sobre os automóveis e o aço do Reino Unido.
Os Estados Unidos são o maior destino dos automóveis britânicos, representando mais de um quarto das exportações de automóveis do Reino Unido em 2024, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística.
Os britânicos procuram também isenções para os produtos farmacêuticos, enquanto os Estados Unidos pretendem um maior acesso ao mercado britânico para os seus produtos agrícolas.
O Governo de Starmer já disse que não vai reduzir os padrões alimentares do Reino Unido para permitir a entrada de frango norte-americano tratado com cloro ou carne bovina com hormonas.
O executivo britânico verá o acordo como uma justificação da abordagem branda de Starmer em relação a Trump, que evitou o confronto direto ou críticas.
Ao contrário da União Europeia (UE), o Reino Unido não anunciou tarifas de retaliação sobre os produtos dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos têm um peso significativo na economia do Reino Unido, pois foram o maior parceiro comercial dos britânicos no ano passado, de acordo com as estatísticas governamentais, embora a maior parte das exportações incidam em serviços e não em bens.
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