Trump continua a mexer com as bolsas, da energia aos automóveis

As principais bolsas europeias viveram esta terça-feira uma sessão mista, onde ainda foram visíveis os efeitos do discurso de Trump na tomada de posse enquanto presidente dos EUA.

Por cá, a bolsa de Lisboa encerrou com o índice PSI em perda, ao recuar 0,23%, para os 6.568 pontos, apesar do disparo na cotação de mercado da Ibersol.

O índice de referência foi arrastado para o ‘vermelho’ sobretudo pelas descidas de 2,11% na EDP Renováveis, cujos títulos se ficaram pelos 9,26 euros, e na EDP, ao recuar 1,76% para 3,069 euros. Ainda no segmento da energia, a Galp derrapou 0,90% e ficou-se pelos 17,04 euros.

De resto, o recuo que se registou no setor energético da praça nacional foi visível um pouco por toda a Europa. Em causa estão sobretudo as descidas ao nível dos futuros do barril de crude e Brent, associadas ao anúncio de Trump de que vai declarar o Estado de Emergência para aumentar a produção de recursos energéticos em solo norte-americano.

Simultaneamente, a Sonae contraiu 1,20% até aos 0,902 euros, ao passo que a Mota-Engil recuou 1,11% para 3,024 euros.

Em terreno positivo, a Ibersol ganhou 5,29%, alcançando os 8,36 euros. Seguiram-se subidas nos CTT, de 1,59% para 5,74 euros, assim como no BCP, que somou 1,03% e atingiu os 0,5124 euros.

Lá fora, além das perdas no setor energético, também o setor automóvel registou quedas expressivas. Na sequência dos rumores de que Trump poderá impor tarifas específicas às importações de viaturas, os investidores reagiram e as cotações de mercado de fabricantes como BMW ou Stellantis caíram mais de 1,50%.

Entre os índices de referência das mais importantes praças europeias, França avançou 0,48%, o Reino Unido teve um aumento de 0,33% e a Alemanha arrecadou 0,24%. Em sentido contrário, houve descidas de 0,23% em Itália e 0,09% em Espanha, ao passo que o índice agregado Euro Stoxx 50 perdeu 0,02%.

Esta quinta-feira não vão ser conhecidos dados comerciais de relevo, pelo que o discurso de Christine Lagarde será um dos focos dos mercados. A presidente do BCE pode levantar o véu sobre o que vai trazer a próxima reunião daquela instituição, agendada para dia 30 deste mês.