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Trump? EDP investiu 20 mil milhões e Stilwell diz que EUA precisam de renováveis

Presidente da EDP disse que os EUA vão continuar a ser importantes para a empresa. “É um grande mercado, precisam de toda a energia disponível”, afirmou em Davos.
1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
22 Janeiro 2025, 07h00

A EDP já investiu 20 mil milhões de dólares desde a sua entrada nos EUA em 2007. As contas foram feitas pelo CEO da companhia após um primeiro dia agitado nos mercados com as primeiras medidas de Donald Trump no seu regresso à Casa Branca.

“Temos investido nos EUA desde 2007, temos 20 mil milhões de dólares investidos durante várias administrações, incluindo a primeira de Donald Trump”, começou por dizer o gestor na terça-feira numa entrevista à “CNBC” durante o Fórum Económico Mundial.

“É um grande mercado, precisam de toda a energia disponível, seja gás, sejam renováveis. Estas serão as fontes primárias de energia para alimentar os data centers. Os EUA querem liderar na inteligência artificial (IA) e estamos aqui para ajudar a fornecer energia nestes centros de dados”, afirmou em Davos, Suíça.

Na entrevista, disse estar “otimista” para 2025, destacando a “forte presença nos EUA, Europa e Brasil.”

“Vemos forte procura por energia, isto é conduzido pelo boom de IA em várias regiões. É uma tremenda oportunidade. Há riscos e mudanças de política, mas os fundamentais estão lá. A procura cresce e é preciso estar preparado para dar resposta”, acrescentou.

“Nos EUA vemos muita procura, a Ibéria continua a ser uma área muito interessante”, destacando o peso das energias renováveis no mix energético em Portugal de 70% e em Espanha de 55%. “É uma fonte de energia limpa e barata para os centros de dados.”

Questionado se os temas ESG vão deixar de dominar a agenda, o gestor respondeu: “O tema do ESG é muito mais abrangente do que as emissões poluentes”, apontando que a “independência energética, a segurança energética” e o acesso barato a energia são temas cada vez “mais relevantes.”

Dando o exemplo da invasão russa da Ucrânia, apontou que a Europa tornou-se mais independente energeticamente.

Para 2024, previu um “ano recorde em termos de lucros”. A dívida “está sob controle” e a empresa tem rating triplo A, assinalou. “Estamos confortáveis. Estamos a ver bons anos para o futuro. Temos também um importante negócio de redes em Portugal, Espanha e o Brasil”, rematou.

Durante a sessão de terça-feira, a EDP Renováveis desceu 2,11% para 9,26 euros na bolsa de Lisboa. Já a EDP perdeu 1,76% para 3,069 euros.

As cotadas foram pressionadas pelas primeiras medidas de Donald Trump como novo presidente dos EUA. Esta manhã, chegaram a afundar mais de 3%.

Na EDP, o volume de negociação atingiu os 12,6 milhões de ações, acima do volume médio de quase nove milhões dos últimos 3 meses.

Na EDP Renováveis, o volume atingiu os 1,4 milhões de ações, superando a média de 1,14 milhões.

O novo presidente norte-americano vai declarar o estado de emergência nacional para acelerar projetos de petróleo, gás e de energia.

O mercado já está a assumir que vai haver um maior protagonismo por projetos de combustíveis fósseis em detrimento da energia verde.

O objetivo desta decisão é aprovar mais rapidamente projetos que demorariam anos a serem licenciados, anunciou hoje o novo presidente dos Estados Unidos da América.

Uma decisão que visa as energias renováveis foi a suspensão de novas licenças para as eólicas offshore. “Não vamos fazer essa coisa do vento. Grandes, feios, moinhos de vento. Destroem a tua zona”, afirmou, citado pela “Reuters”. As autoridades vão agora realizar uma revisão ambiental e económica das eólicas marítimas.

Trump voltou a dizer que estes projetos contribuem para a morte de baleias na costa leste dos EUA, mas não apresentou provas para o sustentar.

“Esta é a forma mais cara de energia, de longe. Matam as aves e destroem lindas paisagens”, acrescentou.

A “Reuters” aponta que a ordem não deverá ter impacto nos projetos em curso que estão a ser desenvolvidos pela Orsted, Avangrid, Dominion e Copenhagen Infrastructure Partners.

Na segunda-feira, prometeu mais petróleo e mais gás americanos nos mercados interno e externo.

“Vamos produzir a maior quantidade de petróleo e gás, reduzir os preços, aumentar as reservas estratégicas, e exportar energia americana para todo o mundo”, disse Donald Trump durante o discurso de inauguração do seu mandato realizado no Capitólio em Washington, EUA.

“O ouro líquido vai ajudar-nos a voltar a ser o país mais rico do mundo”, acrescentou.

Outras promessas incluem rasgar o plano de fomento da economia verde americana (Green New Deal) e acabar com os apoios à compra de carros elétricos.

Prometeu assim “construir carros na América a um ritmo nunca visto”, afirmou.

 

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