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Trump exige ao New York Times indemnização de 12,6 mil milhões por difamação

A ação foi interposta num tribunal do sul do estado da Florida, acompanhada de cópias de três artigos publicados no ano passado pelo New York Times, entre 14 de setembro e 22 de outubro, no âmbito da campanha eleitoral presidencial.
epa12273726 US President Donald J. Trump, with HHS Secretary Robert F. Kennedy Jr., delivers remarks during a Making Health Technology Great Again event in the East Room of the White House in Washington, DC, USA, 30 July 2025. The White House and the Centers for Medicare and Medicaid Services have received commitments from 60 healthcare technology companies to collaborate on a new health technology advancement initiative. EPA/SHAWN THEW
17 Setembro 2025, 08h02

O Presidente norte-americano, Donald Trump, processou judicialmente por difamação o jornal The New York Times, três jornalistas e a editora Penguin Random House, exigindo uma indemnização de 15 mil milhões de dólares (12,6 mil milhões de euros).

A ação foi interposta num tribunal do sul do estado da Florida, acompanhada de cópias de três artigos publicados no ano passado pelo New York Times, entre 14 de setembro e 22 de outubro, no âmbito da campanha eleitoral presidencial.

Duas destas peças são assinadas pelos repórteres processados – Peter Baker, Russ Buettner e Susanne Craig – e a terceira apresenta uma jornalista cujo nome não consta da ação consultada pela EFE.

Buettner e Craig são também autores do livro “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father’s Fortune and Created the Illusion of Success” (“Perdedor com Sorte: Como Donald Trump Desperdiçou a Fortuna do Seu Pai e Criou a Ilusão do Sucesso”), publicado no ano passado pela Penguin Random House, que, segundo Trump, contém afirmações difamatórias.

As publicações recordam a ascensão mediática de Trump numa altura em que a sua popularidade estava longe do que é hoje, recordam a sua condenação por falsificação de registos comerciais, incluindo entrevistas com antigos aliados do atual Presidente que disseram que este se enquadrava na definição de fascista e que, se fosse reeleito, como veio a acontecer em 2024, poderia governar como um ditador.

Trump já tinha anunciado na noite de segunda-feira na rede Truth Social que iria processar o jornal, que classificou de “um dos piores e mais degenerados” da história do país.

O processo inclui ainda uma carta enviada ao The New York Times e à sua editora em nome de Trump, que afirma que chegaram ao fim os dias em que o título “era considerado o jornal de referência” e o acusa de ser agora “um porta-voz do Partido Democrata”.

“O Times tornou-se um dos mais descarados disseminadores de falsidades conhecidas, maliciosas e difamatórias contra o Presidente Donald J. Trump no atual panorama dos grandes meios de comunicação”, acrescenta.

A carta cita vários dos artigos alegadamente difamatórios contra o político republicano e acusa os repórteres de fazerem “alegações falsas, maliciosas e difamatórias”, incluindo a de que “Trump recebeu dinheiro do seu pai através de esquemas fraudulentos de evasão fiscal”.

Tanto o The New York Times, que alegou numa carta separada não ver fundamento para corrigir nenhum dos artigos, como a editora, que também nega qualquer difamação no seu livro, responderam em duas cartas refletidas na ação judicial.

O Presidente já tinha processado o The New York Times por artigos sobre as suas finanças e impostos, publicados pelo jornal em 2018, baseados em parte em documentos confidenciais.

No entanto, o juiz negou o pedido e ordenou que Trump pagasse 400 mil dólares ao jornal e a três dos seus jornalistas pelos honorários de advogado incorridos.

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