Trump lança insegurança nas bolsas europeias mas Lisboa escapa. Segue-se a inflação nos EUA

As bolsas europeias denotaram entre os investidores um sentimento de insegurança na sessão de terça-feira e registaram quedas superiores a 1% nos índices de referência, fruto de um novo anúncio de Trump sobre as tarifas comerciais.

A bolsa de Lisboa, porém, escapou às perdas generalizadas, na medida em que o índice PSI perdeu apenas 0,01% e encerrou nos 6.738 pontos, apoiado de forma significativa pelo grupo EDP. Destacaram-se as ações da EDP Renováveis, que saltaram 3,71% até aos 8,66 euros, ao passo que a EDP subiu 1,34% para 3,17 euros. Na mesma linha, os CTT valorizaram 1,76% e terminaram em 6,94 euros.

Por outro lado, a Sonae recuou 1,95% e ficou-se pelos 1,008 euros, enquanto o BCP derrapou 1,66% e encerrou nos 0,522 euros, ao passo que a Mota-Engil contraiu 1,60%, até aos 3,066 euros.

Numa altura em que está em curso uma guerra comercial, no centro da qual estão as tarifas aplicadas pela administração norte-americana, liderada por Donald Trump, sobre as importações dos EUA. Desta vez, o presidente norte-americano anunciou na rede social Truth Social a decisão de fazer subir em 25 pontos percentuais, até aos 50%, as tarifas sobre as importações de metal e alumínio que chegam do Canadá, com a entrada em vigor marcada já para esta quarta-feira.

As medidas deverão ter um impacto muito expressivo na indústria automóvel canadiana, pelo que os mercados reagiram em baixa no que diz respeito ao mercado automóvel. Neste sentido, sobressaiu o tombo de 5,22% na cotação de mercado da Stellantis.

Entre os índices de referência das principais bolsas europeias, houve quedas de 1,69% em Espanha, 1,37% em Itália, 1,34% na Alemanha, 1,31% em França e 1,25% no Reino Unido. No que diz respeito ao índice agregado Euro Stoxx 50 perdeu 1,52%.

Esta quarta-feira, no que respeita aos mercados, começa com um discurso de Christine Lagarde, no qual a presidente do BCE pode levantar o véu sobre a política monetária para o que resta de 2025. Já durante a tarde, vão ser divulgados nos EUA os dados sobre a inflação em fevereiro.

Em ambos os casos podem existir reações significativas no mercado, já que em causa estão fatores que podem influenciar as políticas de juros a serem seguidas pelos bancos centrais na Europa e nos EUA.