Trump pressiona Apple para fabricar iPhone nos EUA

A tensão entre o presidente dos Estados Unidos e uma das tecnológicas mais poderosas do mundo, está a aumentar. Trump criticou Cook por estar a transferir a montagem final de muitos dispositivos destinados aos EUA para a Índia. O presidente exigiu que a Apple traga a produção de volta para solo americano. “Tive um pequeno problema com o Tim Cook. Disse-lhe: ‘Tim, és meu amigo. Tratei-te muito bem. Estás aqui com 500 mil milhões de dólares, mas agora estás a construir em toda a Índia’”, disse Trump durante a visita ao Médio-Oriente. “Não estamos interessados em que construas na Índia. A Índia pode cuidar de si própria. Estão a ir muito bem. Queremos que construas nos EUA, acrescentou o líder norte-americano.

Segundo o Wall Street Journal, a Apple está a estudar formas de fabricar iPhones nos EUA, mas esse esforço poderá demorar anos. A Apple prepara-se para construir uma fábrica de servidores para Inteligência Artificial, de 23 mil metros quadrados, em Houston, no estado norte-americano do Texas. Com este investimento, avaliado em 500 mil milhões de dólares (443,4 mil milhões de euros), a tecnológica irá adicionar 20 mil funcionários à sua força de trabalho. “Estamos muito otimistas quanto ao futuro da inovação”, disse o CEO da Apple, Tim Cook, num comunicado, citado pela Bloomberg.

Com a maioria dos produtos da marca da maçã a serem produzidos na China, qualquer perturbação nas operações pode ter efeitos significativos nas cadeias de abastecimento. No início do ano, a tecnológica reforçou a sua posição como marca mais valiosa do mundo, sendo avaliada em 574,5 mil milhões de dólares (509,4 mil milhões de euros). O valor da marca foi assim revisto em alta, numa subida de 11% em relação a 2024.

Várias empresas anunciaram planos para investir em território norte-americano mas não é certo que esses investimentos criem muitos mais empregos na indústria. Apesar das tarifas de Trump, produzir produtos tecnológicos no estrangeiro continua a ser mais barato do que nos EUA, segundo os analistas. “Não se pode fingir que uma cadeia de fornecimento construída ao longo de duas décadas com base numa força laboral de milhões de pessoas a ganhar poucos dólares por hora é algo que se pode transferir para os EUA em um, três, cinco ou mesmo dez anos”, afirmou Craig Moffett, analista da Moffett Nathanson ao Wall Street Journal.

Os principais componentes do iPhone continuam a ser fabricados na China e apenas enviados para a Índia para a montagem final. No último mês, as ações da Apple valorizou 8,09% para os 208,78 dólares (185,15 euros).