O que se revelou nos últimos tempos debaixo das ordens da administração Trump é não só profundamente triste como assustador. E não fosse o jornalismo sem medos que ainda se faz, e bem, nada do que hoje sabemos viria a público. Depois disto, o nome Trump caiu em desgraça, mas o problema não é apenas uma questão eleitoral ou de popularidade do presidente. É um império de muitos milhões que o menino rico construiu com o dinheiro do pai, tradição que os seus filhos mantêm, e que está a ficar mais pobre.

As loucuras de Donald como presidente estão a sair caro a todos. Quem o disse foi o seu filho mais velho que garante que a presidência do pai custa à empresa da família muitos milhões de dólares em negócios perdidos.

Os Estados Unidos vivem hoje um momento que demonstra bem a grande nação que são. Se existem muitos norte-americanos esclarecidos que vão criticando e ridicularizando o presidente, como de resto vai acontecendo na maior parte da Europa, outros defendem-no com a paixão com que se defende um ídolo e isso devia fazer-nos parar para pensar. A democracia elegeu-o e agora? Como se para a loucura de um presidente com a importância de Donald Trump?

Na grande potência económica que são os Estados Unidos, não é só o nome Trump que está a ficar mais fraco, é o “made in USA”. Gigantes como Nike, Starbucks, Google ou Apple já tomaram posições contra as políticas de Trump, mas, pelos vistos, nada que se revele contra o presidente se mostra eficaz, nem mesmo o perder do seu próprio império.

Um dos casos mais interessante foi o do Starbucks, que assumiu publicamente que vai contratar 10 mil refugiados nos 75 países onde está presente, mesmo que não os possa fazer entrar nos Estados Unidos, mesmo tendo custado à marca uma campanha online contra esta decisão.

Este assumir de posições é o custo de ser uma ‘love brand’. São o preço que as marcas têm de pagar quando querem subir de patamar e  passar fazer parte da vida dos seus consumidores, tal como a política de Trump faz. Entre o assobiar para o lado e assumir uma posição, apesar de mais arriscada a segunda opção parece-me dar definitivamente mais a ganhar a qualquer marca. No entanto, a política do presidente norte-americano está a ser um teste duro para marcas que não estavam habituadas a marketing político, mas esta é a altura, sobretudo para aquelas que se dizem defensoras dos direitos humanos.

Esta é a altura de sair à rua, defender posições e fazer diferente, algo que ainda não vimos depois da polémica da separação das famílias ter vindo a público. Será que depois de uma tomada inicial de posições as grande marcas querem agora passar entre os pingos da chuva, porque agora o tema foi quente e duro demais? Esperemos que não.