Após uma semana de factos e acontecimentos inacreditáveis, Portugal mergulhou numa crise política sem precedentes na democracia, culminou com a demissão de um Governo apoiado com maioria parlamentar. Portugal de novo a votos pela terceira vez nos últimos quatro anos, numas eleições em março de extrema importância para todos, cujo debate se centrará nos temas da justiça, do trafico de influências e da corrupção e não sobre as políticas económicas, os programas ou os protagonistas que irão a votos.
Nesta aventura estimulante da minha Tribuna Social no Jornal Economico, que já dura há meia dúzia de anos e 300 artigos publicados semanalmente, sobre as minhas análises da atualidade política, económica e social, faço-o sempre num exercício exigente, pois na escrita estamos, e muito bem, permanentemente “presos” no futuro, ao que pensamos no presente. Tem sido uma experiência única, libertadora e estimulante, o de escrever sobre os problemas e oportunidades reais, de um Portugal onde os acontecimentos se sucedem a um ritmo vertiginoso.
A pergunta que faço todas as semanas, é aquela a que sempre volto, quando escrevo, “E agora, Portugal?”. Um Portugal, que com a ascendência da esquerda nos últimos oito anos, nos levou novamente a uma encruzilhada difícil, num país cada vez mais desigual, mas que agora em época eleitoral nada os envergonhará e a retorica, veremos, será o encontrar motivos para tentarem culpar a direita por tudo o que correu mal, e envergonhadamente, colocará na estrada a “maquina” eleitoral da esquerda, tentando distorcer a realidade.
Um Portugal, que nos últimos anos tomou consciência e merece uma profunda reflexão, de nos rankings internacionais sobre competitividade económica, que o poder de compra caiu para 76,4% da média europeia, e que as variáveis menos positivas da corrupção, da carga fiscal e da economia paralela, mais terão contribuído para a descida abrupta de Portugal nos rankings de transparência.
Um Portugal sem médicos de família, inseguro, com o risco da pobreza a aumentar, com o trabalho temporário e precário a se multiplicar. Um Portugal, em que o salário mínimo nacional aproxima-se perigosamente do salário médio, com uma carga fiscal sobre os cidadãos em máximos do seculo. Um Portugal endividado, que já não consegue concretizar e utilizar as verbas europeias dos fundos do PRR para recuperar Portugal.
“E agora, Portugal?”. É com este diagnóstico trágico que vamos ao primeiro embate eleitoral de 2024. A verdade é que somos um povo com esperança e resiliência, e vamos continuar a lutar pela nossa Economia e pelo Portugal empresarial que faz bem, que luta, que empreende, que não se conforma, mas que precisa que a classe política os acompanhe nessa imperiosa missão e desígnio nacional. Mais do que nunca, é imperioso mudar, por Portugal!