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Turquia ativará sistema de mísseis russo, reitera Ancara

A Turquia utilizará os seus mísseis antiaéreos russos apesar das ameaças de sanções norte-americanas, declarou este sábado um responsável do Ministério da Defesa, dois dias após um encontro entre os presidentes norte-americano e turco.
  • Recep Tayyip Erdogan
16 Novembro 2019, 17h28

“Faremos o que temos de fazer e [o sistema de mísseis] será utilizado. O modo como será utilizado será objeto de uma decisão posterior” disse Ismail Demir, responsável pela compra de armamento no Ministério da Defesa turco, a  emissora CNN Turquia.

“Devemos respeitar o acordo que assinámos é do interesse do nosso país”, adiantou.

O porta-voz do presidente turco tinha declarado na sexta-feira que não haveria um recuo e que a Turquia iria ativar o sistema de mísseis S-400 russo.

Um dia antes, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o país estava disponível para comprar mísseis antiaéreos norte-americanos Patriot, mas sem renunciar ao sistema de mísseis russo S-400.

Erdogan falava aos media turcos durante a viagem aérea de regresso à Turquia, após ter sido recebido na quarta-feira em Washington pelo seu homólogo norte-americano, Donald Trump.

“Disse a Trump que estávamos prontos para adquirir os Patriot. Mas consideramos que a proposta que consiste na aquisição destes mísseis e renunciar aos S-400 será uma afronta à nossa soberania”, disse Erdogan.

Ancara adquiriu o sistema de mísseis antiaéreos russos S-400, apesar dos protestos da administração norte-americana, que argumenta que os S-400 não são compatí­veis com os dispositivos da NATO, organização que a Turquia integra desde 1952.

Washington argumenta ainda que a aquisição por parte de Ancara do sistema de mísseis de longo alcance russo, cuja primeira entrega aconteceu em julho passado, coloca em risco os segredos tecnológicos do avião de combate norte-americano F-35.

A Turquia encomendou mais de 100 aparelhos F-35 e o setor da defesa turco chegou a investir significativamente neste plano, mas o acordo acabaria por ficar em suspenso, do lado de Washington, após o primeiro fornecimento dos mÃísseis S-400.

A Casa Branca destacou na quarta-feira que era vital resolver os problemas suscitados pela compra dos mísseis russos S-400.

Uma lei de 2017 impõe à administração norte-americana que puna qualquer país que conclua contratos militares importantes com um adversário dos Estados Unidos, incluindo a Rússia.

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