[weglot_switcher]

TVI: Rendeiro saiu da Europa para escapar ao mandado de captura

O tribunal ordenou esta terça-feira a João Rendeiro que no próximo dia 1 de outubro pelas 14h00 se apresente perante a juíza no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa para ser alterada a medida de coação. Segundo a TVI, o tribunal não vai, no entanto, a tempo porque o ex-presidente do BPP saiu para um país onde não há extradição.
28 Setembro 2021, 21h32

A notícia está a ser avançada pela TVI, o ex-presidente do Banco Privado Português, João Rendeiro, que está condenado em três processos a penas de dez, cinco e três anos de prisão efetiva por falsidade informática, falsificação de documentos, fraude fiscal e mais recentemente burla qualificada, fugiu da Europa.

O tribunal ordenou esta terça-feira a João Rendeiro que no próximo dia 1 de outubro pelas 14h00 se apresente perante a juíza no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa para ser alterada a medida de coação. Segundo a TVI, o tribunal não vai, no entanto, a tempo, já que, como nunca apreenderam o passaporte a Rendeiro, o ex-banqueiro aproveitou agora para fugir, a partir de Reino Unido, para um país que não terá extradição para Portugal por crimes financeiros.

A juíza que ordenou a João Rendeiro que se apresentasse a tribunal na sexta-feira dia 1, refere-se à condenação de maio deste ano — a dez anos de prisão efetiva — e não à decisão de pena de prisão efetiva de cinco anos, já transitada em julgado por crimes na gestão do BPP, em que foram lesados vários clientes, e que foi decidida por outro juiz.

Quanto à pena de 10 anos de prisão a juíza tencionava na próxima sexta-feira rever a medida de coação, e caso João Rendeiro não se apresente a tribunal, a juíza ameaça decretar a prisão preventiva e emitir um mandado de captura europeu.

O Observador que confirmou a notícia da TVI diz que o ex-banqueiro recusa-se a cumprir a ordem judicial da juíza Tânia Loureiro Gomes.

A TVI diz que João Rendeiro saiu do país para Londres, no dia 12 de setembro, tendo feito previamente uma participação ao tribunal (tinha de o fazer porque tem termo de identidade e residência), e não tenciona regressar a Portugal. O ex-presidente do Banco Privado não se apresentará para cumprir a pena de 10 anos, acrescenta a estação televisiva que diz que o ex-banqueiro irá justificar a decisão de não voltar a Portugal com a alegada perseguição política de que foi alvo pelo Governo de José Sócrates.

Rendeiro, alegadamente, irá enviar uma comunicação ao próprio processo judicial explicando as razões porque entendeu fugir.

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) foi também esta terça-feira condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada. Segundo a Lusa, na origem deste julgamento está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave e ter pedido um aval do Estado de 750 milhões de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.