“Durante a presidência portuguesa, esperamos que os secretários de Estado, da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, participem nos nossos conselhos. E aqui, em Portugal, teremos ocasião de os receber nos nossos conselhos”, afirma o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, numa entrevista à Lusa, na sexta-feira, à margem da visita do colégio de comissários a Lisboa, no âmbito da presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE).
Questionado sobre o acordo de princípio recentemente alcançado sobre um pacto de investimentos com a China, semanas depois de Joe Biden ter proposto um diálogo transatlântico sobre “o desafio estratégico” colocado pela China, o Alto Representante da UE para Política Externa assegura que não teve qualquer queixa da equipa de transição.
“Sobre o que foi mal interpretado, nada me consta, é o que dizem alguns comentadores. Não tenho qualquer registo disso”, afirma.
“Mas não vejo qualquer razão para que seja mal interpretado. Há sete anos que negociamos um acordo e a presidência alemã conseguiu-o nas condições que há muito solicitamos em termos de equilíbrio nas relações económicas, de tratamento das nossas empresas na China, pelo que não vejo por que razão poderia colocar problemas a alguém”, assegura.
Numa altura em que a UE multiplica as declarações sobre a oportunidade que a eleição de Joe Biden cria para um relançamento da relação transatlântica, Josep Borrell afirma que Bruxelas não iniciou qualquer processo de diálogo e aguarda a posse e ratificação pelo Congresso norte-americano da nova administração.
“O Presidente ainda não foi investido e os cargos que vai nomear ainda não passaram pelo exame na Câmara dos Representantes e no Senado. Parece-nos prudente que, até lá, não comecemos a trabalhar com eles e não o quisemos fazer por respeito ao processo”, frisa.
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