A Comissão Europeia vai debater, na próxima semana, limites mais duros às importações. A soja pode estar entre os produtos dos Estados Unidos da América que são alvo deste bloqueio, devido a serem cultivados com pesticidas proibidos aos agricultores da UE. “Temos sinais muito claros do Parlamento, dos Estados-membros e dos nossos agricultores: o que for proibido na UE, deve ser proibido na UE, mesmo que seja um produto importado”, disse o comissário de Saúde Olivér Várhelyi.
Os primeiros alvos podem incluir colheitas dos EUA, como a soja, cultivada com pesticidas que os agricultores europeus não têm permissão para usar. De acordo com o “Financial Times”, um responsável disse que apenas estão em causa “os pesticidas mais perigosos e vai haver uma avaliação de impacto para proteger a competitividade antes de quaisquer decisões”, acrescentando que “precisamos de café, mangas e abacates”.
Segundo um estudo da organização Pesticide Action Network Europe foram encontrados pesticidas que matam abelhas em alguns produtos importados. O jornal lembra que café e o chá são os produtos onde mais frequentemente se encontram resíduos de pesticidas proibidos na Europa – estão presentes em 38% e 23%, respetivamente, das amostras testadas.
Trump afirmou, na Sala Oval da Casa Branca, que avançará com os já prometidos aumentos tarifários sobre todos os países “que tratam mal os Estados Unidos”. O presidente norte-americano considera que “a União Europeia pode exportar todo o marisco [crustáceos e moluscos] que quiser para a América, mas a UE proíbe as exportações de marisco de 48 dos nossos estados, apesar de se ter comprometido em 2020 a agilizar aprovações para as exportações de marisco dos EUA”.
Donald Trump, de acordo com um comunicado da Casa Branca, está “a lutar por comércio justo e recíproco e vai defender os agricultores americanos”. Neste momento, além das divergências entre os blocos europeus e norte-americanos, há também uma luta entre grupos de pressão e líderes europeus no setor alimentar. Se Trump e os lóbis americanos pressionam Bruxelas para abrir o mercado a mais produtos transgénicos, o lóbi da agricultura biológica está a bloquear a aprovação das novas técnicas genómicas na União Europeia. Apesar deste braço de ferro, a agricultura europeia parace não ceder às ameaças norte-americanas.
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