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UE só vai atingir objetivos climáticos de Paris com 25% de energia nuclear, estima Deloitte

Novo relatório da Deloitte explica que a energia nuclear vai ser necessária para ajudar a reduzir a emissão dos gases de efeito estufa.
30 Abril 2019, 18h30

A União Europeia (UE) vai precisar de manter uma energia nuclear ativa em pelo menos 25% até 2050 para cumprir as metas de redução de emissões que estabeleceu para aquele ano, de acordo com um novo relatório da Deloitte, citado pela “Forbes“.

A UE estabeleceu metas de redução de emissões de gases efeitos estufa em 40% em relação aos níveis de 1990 e em até 95% até 2050 – ou net zero. Uma parte essencial desse plano será a eliminação progressiva da queima de carvão – o combustível fóssil de maior emissão que ainda é muito utilizado em países como a Polónia e a Alemanha.

“Se a Europa estiver decidida a descarbonizar a sua economia até 2050, um quarto da eletricidade produzida na UE terá de ser nuclear”, disse Yves Desbazeille, diretor-geral da associação europeia de energia nuclear FORATOM.

“Isto não só permitirá à UE alcançar as suas metas de zero carbono, mas ao mesmo tempo garantir que tenham acesso à energia que precisa, quando precisa. Vai também fornecer um contributo significativo em termos de crescimento económico e facilitar a criação de emprego”, reforçou.

Os autores do relatório assumiram uma capacidade nuclear instalada de 150 gigawatts, com base nos resultados de um estudo anterior da FTI-CL Energy Consulting, que concluiu uma participação contínua de pelo menos um quarto. Com base nesses dados, a Deloitte explica que este uso energético apoia mais de três milhões de empregos por ano, gera 576 mil milhões de euros por ano no PIB, aumenta as receitas fiscais em 110,2 mil milhões de euros por ano e proporciona aos agregados familiares 490,9 mil milhões de euros em rendimento disponível.

Países como a França, que têm um uso intensivo de energia nuclear, estão cada vez mais a conseguir uma vantagem na corrida para a redução de emissões, na qual cada estado-membro da UE terá de cumprir os seus próprios objetivos traçados. Com uma participação de 40%, a energia nuclear fornece a maior contribuição para o mix energético naquele país.

A energia nuclear não é um combustível fóssil e, portanto, emite muito pouco em termos de emissões de carbono. No entanto, as preocupações de segurança impulsionaram a eliminação gradual na Europa, primeiro no Reino Unido e agora na Alemanha. A chanceler Angela Merkel anunciou a decisão de descontinuar a energia nuclear no seu país após o desastre nuclear de Fukushima, em 2011, no Japão. Mas isso resultou num aumento do uso de carvão como alternativa e um aumento resultante nas emissões da Alemanha, apesar do seu uso pesado de energia renovável.

 

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