É uma honra e um prazer apresentar-me como o novo Embaixador britânico em Portugal.
As primeiras impressões são sempre marcantes. As minhas têm sido esmagadoramente positivas. Portugal é um país a fervilhar de confiança! Onde quer que vá vejo sinais de regeneração económica. O emprego continua a crescer. A arte e a cultura prosperam nas vilas e cidades portuguesas. E os visitantes estrangeiros chegam em grande número para fazerem parte de tudo isto. Depois de uma década de grandes dificuldades, Portugal está a redescobrir o seu encanto muito próprio.
Ao nível pessoal, as minhas primeiras experiências foram igualmente muito agradáveis. Sobretudo pela generosidade e hospitalidade com que fui acolhido pelos portugueses que conheci até agora. E isso, creio eu, é um reflexo da parceria duradoura que existe entre os nossos países desde o casamento do Rei João I e Filipa de Lencastre, em 1387. Essa parceria assume hoje formas muitas diferentes, mas assenta numa amizade antiga. Não há dúvida de que nos conhecemos bem.
Vemo-lo na relação comercial bilateral em rápido crescimento (o volume comercial cresceu cerca de 50% em cinco anos); nas excelentes ligações entre as nossas universidades e instituições académicas; ou na crescente colaboração em áreas como a ciência, a tecnologia, o digital e o empreendedorismo, tal como será evidenciado no nosso stand na Web Summit daqui a uma semana.
Mas vemo-lo, acima de tudo, nos laços entre os nossos povos: cerca de 400 mil portugueses no Reino Unido dão um extraordinário contributo para a sociedade britânica, da mesma forma que o contributo dos cerca de 50 mil britânicos a residir em Portugal para as suas comunidades é igualmente valorizado. A isto acresce o facto de, no ano passado, Portugal ter acolhido perto de três milhões de visitantes britânicos.
No Reino Unido estamos a viver um período de grande mudança. A nossa decisão de sair da União Europeia afeta todas as áreas da nossa vida nacional, e é óbvio que terá consequências fora do Reino Unido, incluindo aqui em Portugal.
Ao longo do complexo, e por vezes difícil, processo do Brexit, o Governo português tem adotado uma abordagem pragmática e construtiva, reconhecendo o interesse de ambas as partes num desfecho que permita, no futuro, que bens e serviços continuem a fluir livremente entre o Reino Unido e a União Europeia. Assim como um desfecho que proteja os direitos dos cidadãos portugueses e britânicos que optaram por viver e trabalhar no Reino Unido e em Portugal, respetivamente.
Claro que estas são apenas as primeiras impressões, mas sinto um grande otimismo! Temos uma base ampla e sólida para construir o nosso futuro relacionamento bilateral e esse será o meu desafio nos próximos quatro anos.