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“Um deserto de granito”. Autarquia de Vila Real corta 57 árvores e deixa população revoltada

O município afirma que já há bastante tempo que tudo foi explicado à população e que a intervenção na Avenida Carvalho Araújo é só parte da revolução urbanística que está em curso para preparar a cidade para o século XXI.
9 Janeiro 2020, 16h55

O corte de 57 árvores na principal avenida da cidade de Vila Real deixou a população revoltada com a autarquia. A câmara diz que esta ação levada a cabo na Avenida Carvalho Araújo servirá para serem plantadas 76 árvores e que “a intervenção na Carvalho Araújo “tem em vista os valores do futuro” e que com todas as obras que estão em curso na cidade, a imagem de “Vila Real mudará radicalmente”, conta a rádio “TSF” esta quinta-feira, 9 de janeiro.

“É crime cortar árvores, dizem eles, mas afinal cortaram aqui tudo. Uns dizem que vai ficar mal, outros que vai ficar bem, vamos ver”. “Está mal feito. Havia de estar conforme estava”. “Não concordo. Estão a transformar isto num deserto de granito”, são alguns dos desabafos de pessoas que passam na avenida já sem árvores desde a manhã da passada segunda-feira e com as máquinas a trabalhar.

De resto, o município afirma que já há bastante tempo que tudo foi explicado à população e que a intervenção na Avenida Carvalho Araújo é só parte da revolução urbanística que está em curso para preparar a cidade para o século XXI.

Quem também lamenta esta atitude da autarquia é a Quercus, referindo que a câmara fez “ouvidos de mercador” às propostas que fez de alteração ao PEDU-Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano. “Tínhamos pedido que mantivessem, pelo menos, as árvores que já lá estavam, porque isto é um atentado ao ambiente aqui no centro da cidade de Vila Real. E vamos ter ali uma avenida igual a tantas outras que existem por todo o lado, em todo o mundo”, afirma Isabel Branco da Quercus.

A nova Avenida Carvalho Araújo estará pronta dentro de um ano e três meses e todo o Plano Urbanístico na cidade (PEDU) está orçamentado em 17 milhões de euros. “Uma nova era de devolução da cidade às pessoas, novos valores, novas formas de mobilidade, o valor da inclusão, o valor da sustentabilidade, o valor da sociabilização. Isso são os novos valores do século XXI”, salienta a autarquia.

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