O jornalismo não é, por definição, notícia. Esta é uma regra de ouro fundamental para manter a higiene a disciplina dos repórteres. O ponto alto deste venerável princípio tem morada e nome próprio: o jornal — é assim que eles querem ser tratados — Economist, onde nenhuma peça é assinada. Dito isto, falemos então do Jornal Económico. Bem sei que este parece um casamento cigano, porque andamos a falar deste momento há já uma semana.
Acontece que ontem foi um dia relevante, porque pusemos em cena a nossa grande conferência anual. Local: o anfiteatro grande da Nova SBE, o espaço certo para discutir e pensar ideias. Os convidados, mais de uma mão-cheia, todos eles com pensamento próprio, vários deles com responsabilidades em grandes empresas (Paulo Teixeira, Pfizer), grandes instituições (Gonçalo Matias, FFMS) e o vice-governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos, um dos cérebros do fundo de resolução e um decisor relevante na área da união bancária, ponto fundamental para a concretização de uma genuína e mais eficaz União Europeia. Antonio Horta-Osório, o banqueiro português que mais alto chegou nos mercados globais, hoje gestor e consultor de grandes empresas, também se juntou ao debate e enriqueceu-o com factos e olhar do mundo amadurecido e pensado.
Neste bouquet de decisores não podia faltar o ministro da Economia, Pedro Reis, que mais uma vez revelou uma energia e um foco que, esperamos todos, ajude o país atrair investimento e a crescer mais. Depois de alguns falhanços neste ministério, Pedro Reis tem o conhecimento e a experiência para levar a carta a Garcia.
A reportagem deste nosso evento está nesta edição, mas também aparecerá em destaque na edição em papel, em formato mais alargado e cuidado. O leitor irá descobrir muitas ideias, alguns discordarão de algumas das propostas, concordará com outras, mas o traço comum é o sentido de exigência de todos os convidados: todos eles querem um país melhor, com melhores salários e claramente mais competitivo.
Falámos também de urbanismo e construção em altura com Isaltino Morais e o arquitecto Miguel Saraiva, que lidera o maior ateliê nacional e um dos com mais expressão internacional. A Vanguard, o expoente máximo da construção de luxo, mostrou-nos um caminho capaz de evitar a massificação turística e valorizar o país.
Foi realmente um dia em cheio. Tivemos também o alcance para ter connosco o ministro do Turismo de Angola, o que confirma e consolida o nosso papel fundamental na economia lusófona.
Para já, este é o resumo do dia. Amanhã, no papel, vamos a elas com mais profundidade. A redação e a equipa do JE estiveram exemplares. O jornal está a crescer e assim continuará.