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Um dos carros mais rápido de sempre é… elétrico

Automobili Pininfarina estreou-se esta semana no segmento dos carros desportivos Depois de uma tentativa falhada em 2008, o Battista é agora o carro mais rápido do mundo.
6 Março 2019, 14h11

“É o carro mais poderoso, para andar na estrada, a sair de Itália”. Quem o classifica assim é a BBC, que esteve presente no Salão Internacional Automóvel de Genebra. O conhecido jornal alonga-se e afirma que “quando a competição inclui Ferrari e Lamborghini, é uma medalha de honra”.

O Pininfarina Battista custa dois milhões de libras (mais de 2 milhões de euros) e o hypercar, visto que supercarro já não é suficiente, é a novidade 100% elétrica apresentada em Genebra.

 

O fabricador Automobili Pininfarina garante que o Battista vai dos 0 aos 100 em menos de dois segundos, tornando-o o mais rápido de sempre. Atinge ainda os 300 quilómetros por hora em menos de 12 segundos, e a velocidade máxima supera por pouco os 400 quilómetros. Com uma só carga, esta ‘bomba’ é capaz de percorrer uma distância de 450 quilómetros, uma autonomia que só a Porsche conseguiu alcançar.

Embora esta não seja a primeira tentativa de produção de veículos elétricos, é a mais bem sucedida. Em 2008, o projeto foi guardado devido a problemas financeiros. Esse carro prometia atingir os 50 quilómetros horários em 5 segundos, com uma velocidade máxima de 140, além de uma bateria de 200 quilómetros. Este primeiro projeto ilustra o avanço da tecnologia em quase 10 anos.

Apesar destes quilómetros e da velocidade que o carro atinge num piscar de olhos, a potência do travão está perto dos dois mil cavalos, o que significa que supera os carros de Formula 1, que têm cerca de metade deste valor.

O chefe executivo da Automobili Pininfarina, Michael Perschke, diz que a potência debitada pelo automóvel é “de loucos”. O superior da marca garante que este veículo é uma afirmação de que a performance e a propulsão elétrica não são mutuamente exclusivos, de acordo com a BBC.

Ainda assim, o Battista não é o único hypercarro na mostra internacional em Genebra. O Rimac C-Two e o Tesla Roadster já mostraram que os limites foram feitos para serem quebrados, no que toca à tecnologia da bateria que acompanha o veículo.

O jornal BBC não duvida que o Battista era a novidade mais esperada. A explicação para isto espelha o facto de a Automobili Pininfarina ter sido criada há pouco mais de um ano, tendo como base a Pininfarina SpA, fundada em 1930. O salto gigante que a marca deu deve-se em muito à ultrapassagem dos nomes mais famosos da história da construção dos automóveis desportivos. Em tão pouco tempo, conseguiu angariar admiração e curiosidade por parte dos amantes do desporto automobilístico ou apenas por quem gosta de observar as linhas dos carros do futuro.

A Pininfarina foi adquirida pelo aglomerado indiano Mahindra Group em 2015, que já detinha a a companhia sul coreana SsangYong Motor, além de gerir uma equipa na Formula E. Ainda assim, esta mudança parece ter agradado o setor, uma vez que Mahindra decidiu extender o nome do design para a produção, o que levou a mais especialização e recursos.

Apesar da empresa de Elon Musk ter mostrado ao mundo que é possível adquirir carros elétricos, dentro das tendências de linhas, a preços acessíveis. É neste ponto que Anand Mahindra, presidente do grupo dono da Pininfarina, discorda ao afirmar que os veículos elétricos podem ser luxuosos, exclusivos e de coleção. O dono da empresa alemã declarou que “as pessoas vão querer comprar veículos elétricos porque estes serão alvo de desejo e paixão [automóvel]”.

Mesmo que já se saiba que os carros movidos a eletricidade são o futuro mais próximo, o grupo indiano planeia entrar no ramo da mobilidade partilhada e dos veículos autónomos, que já começam a ser uma realidade palpável. “Esta disrupção não vai afetar o desejo das pessoas por objetos de beleza e que façam o coração bater mais rápido”.

Paolo Pininfarina, presidente da marca e neto do fundador, disse que desenhar algo belo é a chave para o sucesso. “Não nos comprometer na beleza do carro”, ainda assim, Paolo vai mais longe ao dizer que como não estão “ligados a nenhum componente em particular, à semelhança da Ferrari ou Lamborghini, podemos apostar no design do carro como uma nova fronteira”.

A bateria em formato de ‘T’ ao longo do carro, e atrás dos assentos, dão aos designers mais espaço para trabalhar, em vez da combustão interna a que os engenheiros estão habituados. “Cria uma aerodinâmica diferente. Somos capazes de explorar e experimentar”, garante o neto do fundador.

“Desenhar um carro com tanta potência, torque e velocidade, e ainda assim zero emissões, é espantoso”. Batizado como Battista, em homenagem ao fundador italiano Battista “Pinin” Farina, o primeiro veículo elétrico não deverá ficar sozinho sem muito tempo, uma vez que a marca já está a fazer planos para os próximos lançamentos.

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