Um em cada três alunos do 2.º ciclo que passa de ano escolar fá-lo com negativas. Estas negativas ocorrem mais frequentemente a Matemática e a Inglês.
Esta é uma das principais conclusões de um estudo inédito divulgado hoje pelo Ministério da Educação, segundo o qual 30% dos alunos do 5º ano passam de ano com negativa a pelo menos uma disciplina, fração esta que sobe para 34% entre os alunos que transitaram do 6.º para o 7.º ano.
Já a percentagem de alunos do 2.º ciclo que conseguiram ter uma pauta totalmente “limpa”, isto é, sem negativas, foi de 61% dos alunos do 6.º ano e de 65% entre os alunos do 5.º ano de escolaridade.
O estudo “Resultados Escolares por Disciplina — 2.º Ciclo”, da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), analisou dados referentes ao ano 2014/2015.
De acordo com o estudo, 30% dos alunos do 6.º ano tiveram classificação final negativa em Matemática – a percentagem mais elevada de insucesso entre todas as disciplinas – ao passo que cerca de 15% tiveram aproveitamento insuficiente em Inglês – a segunda disciplina com maior taxa de negativas.
As percentagens são idênticas para os alunos do 5º ano: 26% dos alunos tiveram negativa a Matemática e 14% a Inglês.
No extremo oposto surge Educação Física, disciplina em que apenas 2% dos alunos não obtiveram classificação positiva.
Por sua vez, a disciplina de Português foi aquela em que menos vezes os professores atribuíram a classificação máxima de 5 aos seus alunos, tanto no 5.º como no 6.º ano. Situação diferente de Educação Musical, por exemplo, na qual cerca de um quarto dos alunos obteve a classificação máxima.
O estudo avança que 10% dos alunos do 2º ciclo chumbaram no final de 2014/2015. Entre estes, “as dificuldades escolares tendem a ser transversais a muitas disciplinas em simultâneo”. Por exemplo, entre os alunos retidos no 5.º ano de escolaridade, cerca de 72% teve classificação final negativa a cinco ou mais disciplinas. Esta percentagem foi menor (49%) entre os alunos retidos no 6.º ano.
Praticamente todos os alunos que chumbaram têm classificação negativa em Matemática (97%).
As percentagens de negativas entre os alunos retidos são também muito elevadas – na casa dos 80 e 70% – em Português, Inglês e em História e Geografia de Portugal.
O estudo dedica ainda um capítulo às diferenças entre raparigas e rapazes, onde se conclui que os desempenhos escolares das raparigas são “bastante superiores” aos dos rapazes em praticamente todas as disciplinas do 2.º ciclo, com a exceção de Educação Física.
Na comparação entre os desempenhos dos alunos com e sem apoios da Ação Social Escolar (ASE), os autores do estudo consideram “bastante impressionante a forma transversal como o contexto económico influencia as classificações em todas as disciplinas”.
Os efeitos do contexto económico dos alunos são marcados nas disciplinas de teor mais académico, como Matemática, Inglês, História e Geografia, Português e Ciências Naturais.
Por exemplo, enquanto 16% dos alunos do 5.º ano sem apoios ASE tiveram classificação negativa em Matemática, o grupo de alunos que receberam apoios ASE do escalão A – o escalão mais alto – tem uma percentagem de negativas de 44% à mesma disciplina (quase metade dos alunos).
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