A tomada de posse do novo Governo permitirá que a Aliança Democrática continue o trabalho que vinha realizando nos últimos onze meses e que foi interrompido pela oposição.
Os portugueses optaram por continuar a apostar no atual Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, mostrando à oposição que esta errou ao empurrar o país para eleições. A luta partidária não justifica que se usem todos os expedientes, como a mentira e a calúnia.
O elenco governativo agora conhecido mantém vários ministros que saíram reforçados nas eleições, mas também apresenta rostos novos.
O Ministro Gonçalo Matias ficará responsável pela pasta da Reforma do Estado. O objetivo será simplificar, desburocratizar e aproximar a Administração Pública dos cidadãos, de forma a melhor responder às suas necessidades. Com a colaboração e o empenho dos servidores públicos, e um espírito reformista, será possível recuperar a confiança das pessoas. É essencial promover um Estado ágil, que facilite a vida de todos – incluindo das empresas – e que não se torne num obstáculo à iniciativa privada e ao crescimento económico.
A entrada de Maria Lúcia Amaral para a pasta da Administração Interna é também muito promissora. Depois de ter passado pelo Tribunal Constitucional e pela Provedoria de Justiça, a nova Ministra é uma profunda conhecedora de muitos dos problemas do país, pois manteve durante anos uma grande proximidade com a realidade das dificuldades vividas por tantos cidadãos. Maria Lúcia Amaral conhece, por exemplo, o drama dos eleitores das comunidades portugueses, que em cada eleição enfrentam enormes dificuldades no exercício do seu direito de voto. Certamente poderá também contribuir para a concretização do teste de voto eletrónico nessas comunidades. Ao mesmo tempo, deverá continuar o importante trabalho de valorização das nossas forças de segurança.
Carlos Abreu Amorim, o novo Ministro dos Assuntos Parlamentares, é igualmente uma escolha acertada. O Ministro tem a experiência parlamentar, mas também governativa, o que facilitará o trabalho do Governo na articulação e negociação no Parlamento.
Por fim, apesar de a AD ter ganho sem maioria absoluta, o contexto da geometria parlamentar é, ainda assim, mais favorável ao Governo. A AD tem mais deputados do que toda a esquerda unida e a Iniciativa Liberal. Assim, só será possível formar coligações negativas se o Chega e o PS se juntarem e votarem exatamente no mesmo sentido. Estarão estes dois partidos dispostos a provocar deliberadamente uma crise? Isso parece menos provável.
Este é o tempo da responsabilidade na oposição, para que o Governo, com diálogo e negociação no Parlamento, possa reformar Portugal.