São empresas portuguesas de vários sectores e que estão a liderar o caminho rumo a um mundo mais sustentável, implementando boas práticas de economia circular dentro e fora de portas. Reutilização de roupa, nova vida para os equipamentos eletrónicos, cartões bancários transformados em bancos de jardim, ou centrais de energia renovável e de tratamento de águas, são alguns dos projetos que revelam a inovação no campo da sustentabilidade no país.
Dentro do universo da Sonae, empresa dona do Continente, existem vários exemplos. No retalho alimentar, a MC tem implementadas várias iniciativas de economia circular, “como por exemplo a transformação de produtos em fim de vida através da sua reutilização, recuperação ou reciclagem ou a disponibilização dos produtos de forma ecoeficiente. Um dos projetos em curso é a disponibilização a granel de detergentes, alimentos secos e alimentação para animais domésticos. Além disso, a empresa está empenhada na temática dos plásticos, tendo realizado um trabalho de mapeamento, otimização de processos e redesenho de produtos e embalagens de marca própria que permitiu poupanças superiores a mil toneladas só em 2021. Neste mesmo ano, mais de 74% do plástico das embalagens de marca própria já era reciclável, reutilizável, ou compostável, considerando como referência a matriz de reciclagem da Sociedade Ponto Verde. O objetivo é que as embalagens de marca própria sejam 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025”, segundo fonte oficial da companhia.
Na área da moda, dá também o exemplo da marca Salsa que lançou o projeto Infinity, “com o objetivo de ajudar os seus clientes a dar uma segunda vida aos seus jeans, reaproveitando e prolongando a sua vida o mais possível. A marca possibilita aos clientes arranjar os jeans rasgados, adicionar remendos, aumentar um tamanho, torná-los mais curtos, mais apertados, etc. No caso de o denim não ser reparável, a Salsa promove a sua recuperação e reciclagem e premeia o cliente com pontos que dão acesso a experiências únicas”.
Na área da eletrónica, a Worten conta com a UTRAD (Unidade de Tratamento de Artigos Depreciados), que “pretende dar uma nova vida aos equipamentos com pequenos defeitos e/ou necessidade de reparação, recuperando-os em vez de serem descartados como resíduos”.
A banca não é dos sectores mais óbvios quando se fala em sustentabilidade, mas a Caixa Geral de Depósitos está atenta ao tema. “O Sistema de Gestão Ambiental, implementado e certificado no edifício sede da CGD, tem procurado reduzir os impactes ambientais da atividade do seu banco, implementando diversas iniciativas em áreas relevantes como a energia, água, emissões de CO2, resíduos, consumo de materiais, entre outros”, segundo fonte oficial do banco.
Os cartões bancários usados também estão na mira do banco liderado por Paulo Macedo, sendo usados para… produzir mobiliário urbano. “Esta iniciativa permite que os cartões bancários (caducados ou em fim de vida útil) e não bancários (por exemplo, cartões de fidelização em plástico), sejam reutilizados através da reciclagem do plástico. Este processo conta com a parceria da Extruplás, empresa responsável pela recolha e reciclagem dos cartões, bem como pela produção das peças de mobiliário urbano que a Caixa oferece a instituições de solidariedade social”.
O projeto arrancou em 2015 e desde então a Caixa já recolheu mais de “5,3 milhões de cartões (cerca de 26,7 toneladas), o que permitiu a doação de 33 peças de mobiliário urbano apoiando 19 instituições sociais”.
A Caixa também tem uma “linha de financiamento para a “Descarbonização e Economia Circular”, com um valor de 640 mil euros e que promoveu a implementação de medidas que permitam a redução do consumo de recursos naturais”.
No sector das águas, a ‘alfacinha’ EPAL revela a sua ambição mundial, tendo como objetivo, até 2025, “tornar-se o primeiro operador mundial do sector da água energeticamente neutro, reforçando a sua eficiência energética, produzindo energia elétrica a partir de fontes renováveis, resultando na eliminação 38 mil toneladas de emissões de CO2. Uma estratégia alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nas Nações Unidas e o Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050”, segundo a companhia presidida por José Sardinha.
“É importante sublinhar que o sector das águas é responsável por um consumo de energia elétrica superior a 1000 GWh/ano, valor correspondente a mais de 2 % do consumo total de energia elétrica do País. O Grupo Águas de Portugal consome cerca de 700 GWh/ano, dos quais 140 GWh/ano são consumidos na EPAL, representando cerca de 0,3% do consumo nacional de energia elétrica”, destaca a empresa que fornece água aos lisboetas.
Mas há outros sectores que querem fazer a diferença rumo a um mundo mais amigo do ambiente. A elétrica Endesa dá o exemplo de um projeto industrial com o objetivo de descarbonizar o sector energético em Portugal.
“Um exemplo concreto é o projecto a ser realizado pela Endesa em Pego / Abrantes, após vencer o concurso de Transição Justa. O projecto incorpora os princípios da economia circular desde a sua concepção, reutilizando e aproveitando ao máximo o ponto de ligação (224MVA), o que se tornou um ponto crítico no desenvolvimento de instalações de energias renováveis. Especificamente, serão instalados 365MWp de energia solar e 264MW de energia eólica, elementos essenciais na circularidade do projecto, uma vez que graças à geração renovável é possível poupar recursos, evitando o consumo de combustíveis fósseis”, segundo Virginia Ocio, directora de economia circular da Endesa.
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