Estamos no início de 2020 e já estamos todos preocupados com um possível início de uma terceira Guerra Mundial. Talvez não seja exactamente isso que acontecerá, sobretudo devido aos recentes acontecimentos no Médio Oriente, em particular sobre o Irão, mas muitos colocaram essa hipótese como sendo um possível cenário. Eu não creio. Mas, que as ordens de Trump de mandar executar o general iraniano Soleimani (e não, não estou a branquear as acções do mesmo) não contribuirão para um apaziguar de uma situação já muito instável, isso parece ser mais ou menos aceite para os apoiantes ou para os não apoiantes desta decisão. Na verdade, sabemos desde há muito que as acções militares não são necessariamente bem vistas pelas populações, nem mesmo nos Estados Unidos da América (EUA). Na verdade, recentes inquéritos à população norte-americana mostram que a maioria prefere esforços diplomáticos a acções militares. O que certamente não é de estranhar apesar desta medida do Presidente se afigure como eleitoralista, mas posso estar enganada, ou não. Aliás, já dentro de fronteiras dos EUA, as manifestações políticas contra esta acção, principalmente por parte dos democratas, não se fizeram esperar, até por exemplo de Pelosi fez declarações nesse sentido, logo Pelosi que está particularmente envolvida no processo de impeachment de Trump.

Outras dinâmicas também já se puderam mostrar, veja-se, por exemplo na Europa o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu telefonema (simbólico, claro) ao Primeiro Ministro Iraquiano a manifestar o seu apoio à soberania do seu país. Os ingleses também se manifestaram, por sua vez a apelarem a um diminuir da escalada conflictual, mas apoiando os EUA.

As dinâmicas são tão complexas como as que a região e estes eventos implicam. Ainda por cima o ataque do drone aos iranianos ocorreu no Iraque e não no Irão. Outros jogadores também já cumpriram os seus papéis, casos das tomadas de posição do Qatar, dos Emirados Árabes Unidos e, obviamente, da Arábia Saudita. E veja-se, o ano ainda agora mal começou.

Gostaríamos, pelo menos alguns de nós, certamente, que no mundo real os finais fossem mais em linha com as Star Wars, onde o bem e o mal são mais ou menos claros e onde tenhamos a perfeita noção de que lado nos posicionamos. Mas, no nosso mundo as coisas são um pouco mais opacas, resta-nos sonhar com finais mais felizes e alinhamentos mais claros porque a cena internacional é para quando estamos acordados.