Mais um anúncio da Apple, mais um telefone que todos desejam, mais uma vez com o mundo de olhos postos no que a maçã traz de novo.
É uma das marcas mais iconográficas, na lista das melhores do mundo e com um sucesso que será sempre caso de estudo, por todas as razões. A começar pelo fundador e pela sua incrível estória. Steve Jobs estará sempre presente em cada lançamento da Apple, até porque deixou um forte legado para assegurar o futuro da marca por bons anos. E esta apresentação não foi exceção. Começou precisamente com um vídeo de Steve Jobs, onde o fundador falava na filosofia da marca que criou: “simples” e “verdadeira com ela própria”. Uma filosofia que era também a da vida do próprio criador. Os primeiros minutos do discurso de Tim Cook foram igualmente dedicados a Steve Jobs, onde garante que essa “filosofia de vida será sempre o ADN da Apple”.
Aquilo que faz desta uma das grandes marcas de sempre é precisamente esse lado emocional, algo estranho para uma marca de tecnologia, mas é precisamente isso que todas ambicionam, uma relação emocional com o consumidor.
Quem compra Apple não compra só pela alta qualidade dos seus produtos, até porque pelo mesmo preço existem muitas outras que reclamam grande qualidade. Quem compra Apple, compra porque está ligado à marca, porque gosta do design, porque já não consegue mudar.
E a marca superou-se, mais uma vez. Não lançou um novo produto, mas sim vários. Três telemóveis, um novo relógio e novidades na Apple TV. O iPhone X é de todos o mais falado, por um lado pelo reconhecimento facial, uma inovação tecnológica que muitos pensavam ser difícil num telemóvel, por outro pelo preço, que começa nos 999 dólares. Não é um valor para qualquer um, mesmo sendo este um iPhone de luxo que celebra o décimo aniversário da marca. Um preço que muitos reclamam ser exageradamente alto e que começou desde logo a ser discutido e criticado nas redes sociais, mas aposto que muitos já estão a fazer contas à vida e a pensar no próximo Natal.
É assim a história do telefone mais desejado do mundo, que já por aqui anda desde 2007. Um sucesso que entretanto se replicou noutros produtos. O Apple Watch já é o relógio inteligente mais vendido do mundo, a Siri uma das vozes mais reconhecidas e o iPod um sucesso de vendas inigualável.
Na verdade, tudo o que dali vem faz dinheiro, muito dinheiro. Montantes suficiente para construir uma nova sede que custa o mesmo que um TGV. O império de um hippie que tinha medo do fracasso e que fracassou muitas vezes para ter sucesso muitas mais. Steve Jobs tem uma estória de vida que corresponde exatamente ao que foi, um génio, com tudo o que isso tem de bom e de mau, de fantástico ou incompreensível.
Apesar de doente, os sete últimos anos da sua carreira foram os mais produtivos e lucrativos. Em 2005, deu a célebre conferência na Universidade de Stanford, vista no YouTube por 35 milhões de pessoas, e a mensagem ficou: “Stay hungry. Stay foolish”.