Há uma corrida entre nações a decorrer, que consiste em encontrar o melhor equilíbrio entre a retoma económica e o controlo da pandemia. Ganhar esta corrida é sinónimo de desenvolvimento económico e social que todos ambicionamos. Infelizmente, Portugal, com o atual treinador socialista, não está bem preparado para esta corrida.
O problema começa com uma mensagem contraditória e sem sentido de urgência do treinador, o qual, ao mesmo tempo que impõe aos cidadãos um conjunto draconiano de medidas com graves repercussões nas liberdades individuais, alegadamente justificadas com a excecionalidade da situação, não aplica essa mesma excecionalidade a si mesmo.
Na importantíssima etapa da educação, o próximo ano escolar deveria permitir a recuperação dos conteúdos que ficaram para trás, mas o próximo ano letivo só irá começar a meio de setembro.
Um aluno do 1º ano do 1º ciclo no próximo ano escolar tem apenas mais 11 dias de escola que o calendário escolar pré-pandemia de 2019/2020, isto ao mesmo tempo que o treinador reconhece que serão necessárias cinco semanas para recuperar aprendizagens. Alongar o ano escolar com início a 1 de setembro (ou antes), retirar períodos de férias no Natal, Páscoa ou Carnaval, ou considerar aulas ao fim de semana para recuperar o tempo perdido ficam de fora dos planos do treinador.
Enquanto o sistema educativo público continuar refém dos atuais sindicatos, e os sacrossantos direitos adquiridos, o custo da pandemia e a excecionalidade será sempre e totalmente imputado aos alunos, principalmente os mais desfavorecidos economicamente. Nesta corrida entre nações, a educação é fundamental para o funcionamento do elevador social, mas não é claramente uma prioridade deste treinador.
Na igualmente importante etapa da saúde, há unidades de saúde públicas que ainda estão longe de retomar a sua atividade normal, com milhares de consultas e exames de rotina adiados. E não há data, e muito menos um plano, para retomar não só a atividade normal, como recuperar todo o tempo perdido. Isto quando existe, em muitos casos, capacidade disponível no setor privado para suprir parte desse tempo perdido. Mas o treinador insiste que só ele é que sabe, acreditando talvez que a suspensão dos cuidados de saúde vá resultar numa suspensão de outras patologias.
Finalmente, na etapa da administração pública os resultados também não são animadores. O anúncio das recentes medidas do Simplex esconde os problemas que continuam a existir um pouco por toda a administração pública: atrasos em inúmeros serviços, inexistência de dados sobre eficiência e produtividade, complexidade burocrática e os elevados custos, diretos e indiretos, que continuam a ser suportados pelos contribuintes.
Em vez de se aproveitarem estes últimos meses em que inúmeros serviços estiveram encerrados ao público para melhorar esses mesmos serviços e recuperar atrasos, o treinador deixou tudo como estava. Sem sentido de urgência ou oportunidade.
Que não haja dúvidas que, nesta corrida entre nações, vamos ter com este treinador socialista um fraco resultado. Vamos voltar, como tem acontecido nos últimos anos, a ficar para trás entre os outros corredores. O treinador vai certamente justificar o fraco resultado nesta corrida com a Covid-19, a falta de solidariedade europeia, as condições adversas na economia mundial ou a necessidade de mais impostos, mas o problema é o treinador. Com este treinador socialista não vamos lá. É preciso um treinador liberal.