No dia 24 de fevereiro, a Federação Russa invadiu a Ucrânia naquele que foi um dia triste para o mundo, tendo os ataques provocado, de acordo com as Nações Unidas, mais de 1,2 milhões de refugiados. Uma invasão de um Estado soberano, como não víamos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Esta é uma guerra injusta como todas as guerras. Por outro lado, rapidamente, gerou-se uma onda de solidariedade para com o povo ucraniano. Num momento em que a pandemia parecia começar a dar tréguas, chega à Europa de 2022 esta guerra absolutamente condenável, grotesca. Uma guerra sem sentido como, afinal, são todas as guerras. Qualquer hesitação em condenar esta guerra é sinónimo de conivência com o desrespeito pelos mais básicos valores do humanismo.
O direito internacional não pode ser letra morta pelo que a invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo. Temos de ser solidários e responder aos refugiados de modo que sintam que não estão sozinhos. A resposta dos portugueses foi, como sempre, espantosa e solidária. Governo, empresas, instituições sociais e municípios, desde a primeira hora, disseram presente.
A nível Europeu, sublinho que a União Europeia vai doar 500 milhões de euros em ajuda humanitária à Ucrânia, tal como anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Por outro lado, para além da crise humanitária, esta guerra acarreta enormes consequências económicas e sociais. Como alertou o FMI, as sanções contra a Rússia terão um impacto substancial na economia global e nos mercados financeiros. A subida dos preços da energia e das mercadorias em geral, com o valor do barril de petróleo a crescer muito, está a aumentar a pressão inflacionista que o mundo já estava a sofrer à medida que a pandemia emergia.
Deste modo, o FMI prevê que este salto nos preços terá efeitos a nível mundial, particularmente nas famílias de baixos rendimentos para as quais os gastos alimentares (com forte pressão, por exemplo, no mercado dos cereais) e energéticos representam uma proporção maior dos seus orçamentos.
São necessárias respostas firmes e adequadas para combater esta situação de instabilidade económica que paira no ar, mas que também já se refletiu esta semana no agravamento do preço dos combustíveis, para que as consequências não sejam devastadoras. E os aumentos não vão parar por aqui. Temos que saber estar à altura destes desafios.
Nunca sabemos como e quando uma guerra acaba. Só sabemos que começa pela ganância humana. Mas o valor do humanismo não pode, jamais, ser derrubado.