A fragmentação da ordem internacional atual exige uma abordagem ousada e inovadora para enfrentar os desafios globais. Neste cenário, a necessidade de estimular uma nova onda de globalização emerge como uma solução eficaz para promover estabilidade, cooperação e prosperidade.
Diferentemente do contexto da Guerra Fria, as políticas de contenção que funcionaram contra a União Soviética ou o Japão das décadas de 1980 e 1990 não são aplicáveis à China contemporânea. Comparações simplistas falham em compreender a realidade de um mundo interconectado, no qual as dinâmicas econômicas e estratégicas exigem maior e crescente interação entre Oriente e Ocidente.
A ascensão da China como uma potência global não reflete o expansionismo ideológico da União Soviética, mas sim um modelo focado no crescimento econômico e na construção de uma rede internacional baseada em comércio, investimentos e infraestrutura. Tampouco é comparável ao Japão das décadas passadas, cuja expansão econômica era restrita por limites territoriais e pela dependência dos Estados Unidos. A China, com sua abordagem de “um futuro compartilhado para a humanidade”, propõe uma integração global baseada em benefícios mútuos, uma visão que precisa ser fortalecida por meio de maior cooperação internacional, e não contenção ou confrontação.
É fundamental reconhecer que a nova ordem global não pode ser guiada exclusivamente pelos interesses econômicos de setores como a indústria de defesa norte-americana, cuja influência muitas vezes perpetua tensões para justificar gastos militares astronômicos. O foco deve estar na promoção de uma governança global que priorize o diálogo, o multilateralismo e soluções pacíficas. O antagonismo não deve ser o eixo das relações internacionais; ao contrário, a interação cultural, científica e econômica entre Ocidente e Oriente deve ser a base de um novo paradigma de coexistência.
A globalização do século XXI não deve repetir erros do passado, mas construir um sistema mais inclusivo, que reconheça as diversidades regionais e os interesses mútuos. A garantia da paz mundial passa pela rejeição de rivalidades artificiais e pela construção de pontes. Um mundo fragmentado e isolacionista é perigoso e conturbado. Promover cooperação, ampliar os canais de diálogo e integrar as potências globais em torno de objetivos comuns são passos indispensáveis para assegurar um futuro sustentável e pacífico.
Portanto, uma nova onda de globalização deveria servir como antídoto ao isolamento e fragmentação. Mais do que nunca, é hora de avançar em direção a um mundo em que o entendimento mútuo supere desconfianças e onde um futuro compartilhado se torne mais do que um ideal, mas uma realidade inexorável para a humanidade.