O balanço que podemos fazer de seis meses de presidência portuguesa do Conselho da União Europeia é que foram 181 dias sem chama nem glória!

Vejamos cada um dos alegados grandes feitos da Presidência.

A Cimeira Social do Porto, melhor dizendo o Compromisso Social do Porto, seria o auge da presidência, mas a chanceler alemã deu-lhe tanta importância que até faltou presencialmente. Foi uma Cimeira com muitas declarações e proclamações não vinculativas, em suma uma mão-cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

O Certificado Digital Covid da União foi um passo, mas com muita desordem à mistura. É o Certificado da Confusão Generalizada, sem força de “lei” ou de vinculação entre todos os Estados.

A aprovação dos programas que permitem executar o quadro financeiro plurianual 2021-2027 são extraordinariamente confusos e é preciso um tremendo esforço para os divulgar, como o Europa Criativa, o Fiscalis, o Europa Digital, o Mecanismo Interligar a Europa ou o Programa Justiça.

O Governo fala em mais um sucesso da luta contra a pandemia, numa altura em que Portugal está a deparar-se com uma quarta vaga, mas o país conhece uma das fases mais vexatórias para a nossa Constituição. Restringem-se liberdades com a maior ligeireza e se Mário Soares pôs o socialismo na gaveta, é caso para dizer que António Costa colocou igualmente a Constituição na gaveta!

“Portugal encerra a Presidência do Conselho da União Europeia com olhos postos no futuro”, escreve o primeiro-ministro no Twitter. O problema desta presidência, a quarta de uma história de 35 anos de adesão, é a ilusão. Estamos sempre de olhos no futuro…

Portugal é uma coleção de angústias e já foi ultrapassado pelos países do Leste europeu, pelo que não espantam as palavras da Comissária Europeia Elisa Ferreira, sobre o atraso estrutural português e o desperdício de sucessivos quadros comunitários.

Tanta munição de dinheiro europeu entrou em Portugal, que, para o Senhor primeiro-ministro, o que conta é que Portugal já pode ir ao banco”. Com a bazuca à vista, Portugal corre o risco de desbaratar mais dinheiro dos contribuintes europeus e para lhe aceder basta um PRR e um Governo de deslumbrados.

A gula por dinheiro fresco teve como mote os gastos supérfluos e incompreensíveis da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Um centro de imprensa vazio, compra de fatos, camisas e vinhos…

A Presidência Portuguesa não foi só um “fantasma”, mas um “banquete” para um Governo que perdeu a total noção da realidade.

Até a ministra da Agricultura participou neste festival de exibicionismo e de gastos. Foram 211 mil euros de festança, para um só dia de reunião de um Conselho setorial! O catering para um almoço, um jantar, um concerto privado com uma fadista… Com efeito, o fado dos governos socialistas é gastar e gastar para europeu ver…

Este Governo esteve seis meses muito próximo de Bruxelas, mas está cada vez mais distante de Portugal e dos portugueses. Este Governo é um cadáver. Já não vive, decompõe-se!