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“Uma prova real de compromisso”. Pedro Sánchez exige “solidariedade firme” da União Europeia

“A União Europa está a enfrentar uma guerra diferente do que aquelas que temos conseguido evitar nos últimos 70 anos: uma guerra contra um inimigo invisível que está a colocar o futuro da Europa à prova”, escreve Sánchez no ‘The Guardian’.
  • Pedro Sanchéz, líder do PSOE e primeiro-ministro de Espanha
8 Abril 2020, 18h08

O número de mortos em Espanha tem aumentado nos últimos dois dias depois de quatro dias de abrandamento, sendo o segundo país europeu com mais óbitos por Covid-19. Com a pandemia da Covid-19, os maiores países europeus estão a projetar recessões acima dos 3%, e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez escreveu sobre o futuro que a Europa pode enfrentar perante a guerra contra o coronavírus.

O texto assinado por Pedro Sánchez foi publicado no jornal britânico ‘The Guardian’, onde este aponta que a Europa tem duas opções: responder com “solidariedade inabalável” ou ver a união falhar, depois de sustentar que o continente europeu “está a passar pela pior crise desde a Segunda Guerra Mundial”.

“Os nossos cidadãos estão a morrer, ou a lutar pelas suas vidas nos hospitais que estão sobrecarregados pela pandemia, que representa a maior ameaça à saúde pública desde a pandemia da gripe em 1918”, escreve o primeiro-ministro Pedro Sánchez.

“A União Europa está a enfrentar uma guerra diferente do que aquelas que temos conseguido evitar nos últimos 70 anos: uma guerra contra um inimigo invisível que está a colocar o futuro da Europa à prova”, lê-se no texto onde Sánchez explica que estas circunstâncias excepcionais “exigem posições firmes” para ou enfrentar o desafio ou fracassar enquanto conjunto.

“Chegámos a um momento crítico em que mesmo os países e governos mais fervorosamente pró-europeus, como é o caso da Espanha, precisam de uma prova real de compromisso. Precisamos de solidariedade firme”, acrescentando que “a solidariedade entre europeus é a chave-principal dos tratados da União Europeia” e que esse sentimento deve ser demonstrado perante o momento atual.

“Encontrámos várias medidas significativas que foram anunciadas nas últimas semanas, incluindo o novo programa temporário de compras de emergências do Banco Central Europeu e o plano SURE da Comissão Europeia para quem perdeu o emprego devido à pandemia”, diz o primeiro-ministro espanhol no ‘The Guardian’ embora sustente que estas medidas não suficientes para o futuro difícil que se avizinha.

Pedro Sánchez sustenta que “a Europa precisa de construir uma economia de guerra, além de promover a resistência, reconstrução e recuperação de todas as economias europeias” afetadas pelo novo coronavírus. Assim, o primeiro-ministro espanhol defende que este programa deve começar a ser construído de forma rápida, e que inclua medidas “para apoiar a dívida pública que muitos países, incluindo Espanha, estão a assumir”.

Desta forma, Pedro Sánchez defende um novo plano Marshall, mas sublinha que este programa “exigirá o apoio de todas as instituições comuns da União Europeia”. O primeiro-ministro espanhol aponta ainda que a “Europa nasceu das cinzas de destruição e conflito” mas que podemos transformar a crise de Covid-19 “numa oportunidade de reconstruir uma União Europeia muito mais forte”.

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