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Universidade de Aveiro desenvolve espumas isolantes com base na cortiça

Neste trabalho, foi dado enfoque no isolamento térmico, mas o aumento da flexibilidade que a cortiça proporcionou, pode aumentar a gama de aplicações do material, como por exemplo na absorção de vibrações ou energia sonora.
15 Outubro 2019, 07h35

O departamento de investigação da Universidade de Aveiro (UA) está a desenvolver espumas isolantes em 3D com base na cortiça

Segundo um comunicado da UA, “é um ótimo isolante térmico, é flexível e fácil de produzir”.

“Para além disso, é mais uma forma de aproveitar a cortiça nacional e de promover a economia circular. Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro conseguiu produzir espumas para isolamento térmico com ajuda da cortiça desperdiçada na produção de rolhas. A equipa conseguiu ainda o feito de produzir as revolucionárias espumas através da impressão 3D”, destaca o referido comunicado.

“Sendo a cortiça um material isolante, a sua utilização na produção de espumas 3D de poliuretano [polímero utilizado na produção de vários materiais plásticos] tem a vantagem de ajudar no isolamento, obtendo-se valores de isolamento térmico idênticos às espumas convencionais”, congratula-se Nuno Gama, o investigador responsável por este projeto nascido no Departamento de Química e no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA.

De acordo com os responsáveis da UA, “outra das vantagens da utilização da cortiça, mais propriamente das sobras da produção de rolhas, é que, com o uso deste material, se aumentou a sustentabilidade e a flexibilidade das espumas o que pode aumentar a gama de aplicações do material”.

“E com o recurso à impressão 3D, a UA abre as portas à produção de espumas com estrutura celular na exata medida das necessidades”, garante o mesmo comunicado.

Os responsáveis da UA consideram que “a impressão 3D apresenta diversas desvantagens relativamente às técnicas convencionais, como é o caso dos custos e tempos necessários para a produção das espumas”, mas contrapõem múltiplas vantagens.

“Com recurso a esta técnica, não é necessário a produção de protótipos sendo também possível construir peças com geometrias impossíveis de se obter com recurso a outras técnicas. É ainda possível produzir peças personalizadas”, diz o investigador Nuno Gama.

Para além de Nuno Gama, também os investigadores do CICECO, Artur Ferreira e Ana Barros-Timmons, participam neste projeto de uma equipa que tem uma larga experiência na produção de espumas de poliuretano, para serem utilizadas como isolantes térmicos, sempre a partir de recursos renováveis.

“Neste trabalho foi dado enfoque no isolamento térmico, mas o aumento da flexibilidade que a cortiça proporcionou, pode aumentar a gama de aplicações do material, como por exemplo na absorção de vibrações ou energia sonora”, esclarece Nuno Gama.

De acordo com o comunicado em questão, “o custo associado hoje à produção de espumas 3D torna inviável produzir painéis para o isolamento de habitações, mas com a diminuição dos custos associados à técnica, “poderá no futuro tornar viável a utilização destes materiais no isolamento de produtos com elevado valor acrescentado”.

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