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Universidade de Coimbra apresenta soluções para a flexibilidade da rede elétrica

Projeto BungEES tem mais de 100 projetos piloto a decorrer em Portugal, Espanha, França, Républica Checa e Eslováquia. Resultados são apresentados no próximo dia 25, na sede da Ordem dos Engenheiros da Região Centro.
16 Junho 2025, 15h10

Uma equipa do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) trabalhou nos últimos dois anos e meio no desenvolvimento de serviços de energia inovadores e inteligentes que visam a otimização e redução dos consumos de energia nos edifícios. O projeto também procura definir estratégias de orquestração e conjugação de serviços de energia, que reduzam os consumos e criem flexibilidade para a rede elétrica nacional, de forma mitigar os efeitos de potenciais cortes de energia ou apagões.

O projeto BungEES – Building Up Next-Generation Smart Energy Services Offer and Market Up-take Valorising Energy Efficiency and Flexibility at Demand-Side tem mais de 100 projetos piloto a decorrer em Portugal, Espanha, França, Républica Checa e Eslováquia.

Os resultados do projeto são apresentados dia 25 de junho, pelas 14h30 na sede da Ordem dos Engenheiros da Região Centro.

“Os resultados são muito promissores”, afirma Nuno Quaresma, investigador do ISR e coordenador do projeto, adiantando:

“O pacote integrado de serviços de eficiência energética, que está a ser testado, combina a eficiência no consumo, a produção de energia renovável distribuída, a resposta à procura, a mobilidade elétrica e o armazenamento de energia. No piloto do DEEC, estamos a testar a orquestração de serviços de energia, como solar fotovoltaico, armazenamento de energia em baterias, carregamento inteligente de veículos elétricos e a gestão automatizada de bombas de calor com recurso a termóstatos inteligentes”.

Os projetos pilotos, um dos quais instalado no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, pretendem comprovar que a gestão concertada de serviços de energia permite, não só reduzir custos, como também eliminar os desperdícios de energia (consumos em standby e a utilização incorreta dos equipamentos), permitindo obter poupanças energéticas muito significativas.

“Os pilotos em curso pretendem ainda validar o modelo de negócio desenvolvido no âmbito deste projeto. Modelo que valoriza a eficiência energética, a flexibilidade do lado da procura e promove a comercialização de pacotes de serviços de energia de forma integrada. Nesse sentido, os principais objetivos centram-se em facilitar a vida dos consumidores, reduzir custos, maximizar a utilização das fontes renováveis e otimizar a operação das empresas de serviços energéticos”, explica o investigador.

Acima de tudo, o projeto pretende demonstrar que a conjugação destes serviços de energia com as tarifas de compra de eletricidade, possibilita a maximização dos recursos renováveis (solar e armazenamento de energia) e, ao mesmo tempo, a redução dos consumos e dos custos energéticos dos edifícios.

“O projeto BungEES representa um passo importante na transformação do setor energético europeu, em que a orquestração/conjugação de serviços energéticos, como fonte de flexibilidade, irá assumir um papel fulcral na eletrificação dos edifícios, de forma a criar condições para um futuro mais eficiente e sustentável”, conclui Nuno Quaresma.

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