A Universidade de Coimbra manifesta profundo pesar pelo desaparecimento do professor Fernando Lopes da Silva, membro do seu Conselho Geral.
Em comunicado, o Reitor Amílcar Falcão destaca o contributo de Fernando Lopes da Silva no seu programa de ação enquanto candidato, nomeadamente no que diz respeito à criação de Escolas Doutorais, cuja implementação será agora “a maior homenagem que podemos fazer ao cientista, ao colega e ao amigo”.
O Presidente do Conselho Geral da UC, João Caraça em nome pessoal e do coletivo que lidera, manifesta igualmente o seu profundo pesar e gratidão “pela visão no caminho de futuro que a UC deveria prosseguir, a uma pessoa que foi reconhecidamente excecional do ponto de vista científico e humano”.
Fernando Lopes da Silva “teve uma vida distintíssima”, recorda João Caraça.
Médico, pela Universidade de Lisboa, em 1959, juntou-se em 1965 à equipa científica do Grupo de investigação do Cérebro na Holanda e obteve seu Ph.D. em Neurofisiologia pela Universidade de Utrecht em 1970. Em 1980 foi nomeado Professor catedrático de Fisiologia Geral na Faculdade de Ciências da Universidade de Amsterdão. De 1993 a 2000 foi diretor do recém-criado Instituto de Neurobiologia da Universidade de Amsterdão.
Os seus principais interesses de investigação focavam incluíam processos biofísicos da atividade elétrica do cérebro e na organização funcional das redes neuronais.
Em 2000 é nomeado professor visitante da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e desde 2005 professor do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, com a função principal de organizar, promover e estimular uma estreita ligação entre a Engenharia e a Medicina através de um novo curso em Engenharia Biomédica. Acompanhou grande número de cientistas portugueses nas áreas das neurociências e engenharia biomédica e participou em inúmeros encontros de cientistas portugueses. Foi coordenador do painel das Ciências da Vida da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Membro externo de acompanhamento e avaliação do IPATIMUP e CNC, foi também membro de avaliação do prémio BIAL.
Quanto a prémios científicos internacionais, foi, em 1985, membro eleito da Academia Real Holandesa de Artes e Ciências; em 1995, Membro Honorário da Sociedade Britânica de Neurofisiologia Clínica; em 1999 recebe o Prémio Herbert H. Jasper, selecionado pela Sociedade Americana de Neurofisiologia Clínica por uma “vida de extraordinárias contribuições para o campo da neurofisiologia clínica”. A Rainha da Holanda concedeu-lhe, em 2001, a distinção de Cavaleiro da Ordem do “Nederlandse Leeuw” em reconhecimento pelas suas realizações na Ciência.
Em Portugal foi distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa em 1997, e pela Universidade do Porto em 2002. Foi o galardoado, em 2004, com a primeira edição do Prémio Universidade de Coimbra, que distingue uma “pessoa de nacionalidade portuguesa que tenha dado um contributo relevante e inovador nos campos da cultura ou da ciência”.
Foi ainda distinguido como Alto Oficial da Ordem de Santiago da Espada, em 2000, por notáveis realizações no campo da Ciência / Arte / Literatura, atribuídas pelo Presidente da República de Portugal.
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