Foi apresentada ao público no final de outubro e em somente duas semanas já permitiu aos consumidores portugueses fazerem uma poupança acima dos nove milhões de euros em mais de 60 mil avaliações de imóveis. A plataforma digital imobiliária Urbiwise foi desenvolvida pela empresa portuguesa Singularity Digital Enterprise (SDE) e surge no mercado como uma solução inovadora para este setor.
Em declarações ao Jornal Económico, Pedro Martins, um dos fundadores da Singularity Digital Emprise, revela que a empresa apareceu há três anos no mercado português, “trabalhando algoritmos e dados complexos”.
“A Urbiwise surge pela mão da Singularity [Digital Enterprise] e pelo sócio espanhol da Urbiwise, que em 2009 montou uma empresa chamada Mediva, que trabalhava dados de casas para o mercado imobiliário e que posteriormente foi contratada pelo Banco Central espanhol, para perceber o valor dos ativos imobiliários da banca. A Urbiwise espanhola foi depois vendida ao BBVA, que criou uma plataforma chamada BBVA Valora, que neste momento é responsável por 60% dos novos créditos à habitação que o BBVA faz em Espanha”, explica Pedro Martins.
A expansão para Portugal aconteceu em 2019, onde neste momento a empresa conta com seis milhões de moradas e 350 pontos de interesse. “Utilizamos os algoritmos de avaliação, onde se consegue ver o preço de uma casa, ou o valor do arrendamento. No fundo, isto são algoritmos de avaliação onde nós vamos buscar informação que é pública (cerca de 90%). Conseguimos ver a evolução do mercado e dos preços, isto no modelo B2C”, refere o fundador da SDE.
Já para a vertente B2B a empresa tem propostas comerciais que são vendidas para agentes imobiliários e imobiliárias que “é a inteligência sobre este mercado, onde percebemos as casas que estão à venda, aquelas que estão abaixo ou acima do mercado, retiramos o problema da duplicação de imóveis”, afirma Pedro Martins.
Outros dos serviços disponibilizados no mercado B2B é o costumizer report, que funciona para vários setores”. A banca quer perceber a avaliação dos seus imóveis, perceber por exemplo o nível de criminalidade numa determinada área, ou se um investidor quiser comprar 10 imóveis em Lisboa qual é a melhor oportunidade de mercado. São dados completamente anónimos, pois trabalhamos tudo com algoritmos”, salienta o responsável da SDE.
Em termos de preços Pedro Martins indica que “a aplicação para o B2C é gratuita”, enquanto no B2B “os valores dependem do tipo de trabalho, mas existe um preço básico de 50 euros por mês para terem acesso à plataforma (agentes imobiliários), depois o costumizer report depende muito do trabalho”.
Questionado sobre se esta aplicação poderá servir de competição para com os avaliadores de imóveis, Pedro Martins realça que “uma coisa é algoritmos, outra é visitar a casa e isso tem um custo de 150 euros para as pessoas. Não queremos substituir ninguém, mas sim ser complementares. Não vamos competir com imobiliárias. O nosso negócio é trabalhar dados, para os rentabilizar e criar valor para os nossos clientes. Não queremos vender casas”, frisa.
A Singularity Digital Enterprise é composta atualmente por 40 trabalhadores e Pedro Martins salienta o facto de que a empresa irá registar uma faturação de dois milhões de euros no final de 2019. Já sobre a Urbiwise, o fundador da SDE, explica que “este ano foi de investimento”, sendo que “hoje temos 10 pessoas a trabalhar e no próximo ano devemos reforçar a equipa com mais 15 pessoas e a Urbiwise faturará em 2020 entre 300 a 400 mil euros”.
Pedro Martins refere que “Portugal está ser usado como um test case, porque o nosso negócio principal está lá fora, onde a dimensão é muito maior”.
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