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“Urbiwise não vai competir com imobiliárias. O nosso negócio é trabalhar dados”, refere fundador

Plataforma foi criada pela Sigularity Digital Enterprise, da qual Pedro Martins é um dos fundadores. Com apenas duas semanas de atividade no mercado os portugueses já fizeram mais de 60 mil avaliações de imóveis na plataforma, que permitiu uma poupança de mais de nove milhões de euros nas avaliações.
19 Novembro 2019, 07h10

Foi apresentada ao público no final de outubro e em somente duas semanas já permitiu aos consumidores portugueses fazerem uma poupança acima dos nove milhões de euros em mais de 60 mil avaliações de imóveis. A plataforma digital imobiliária Urbiwise foi desenvolvida pela empresa portuguesa Singularity Digital Enterprise (SDE) e surge no mercado como uma solução inovadora para este setor.

Em declarações ao Jornal Económico, Pedro Martins, um dos fundadores da Singularity Digital Emprise, revela que a empresa apareceu há três anos no mercado português, “trabalhando algoritmos e dados complexos”.

“A Urbiwise surge pela mão da Singularity [Digital Enterprise] e pelo sócio espanhol da Urbiwise, que em 2009 montou uma empresa chamada Mediva, que trabalhava dados de casas para o mercado imobiliário e que posteriormente foi contratada pelo Banco Central espanhol, para perceber o valor dos ativos imobiliários da banca. A Urbiwise espanhola foi depois vendida ao BBVA, que criou uma plataforma chamada BBVA Valora, que neste momento é responsável por 60% dos novos créditos à habitação que o BBVA faz em Espanha”, explica Pedro Martins.

A expansão para Portugal aconteceu em 2019, onde neste momento a empresa conta com seis milhões de moradas e 350 pontos de interesse. “Utilizamos os algoritmos de avaliação, onde se consegue ver o preço de uma casa, ou o valor do arrendamento. No fundo, isto são algoritmos de avaliação onde nós vamos buscar informação que é pública (cerca de 90%). Conseguimos ver a evolução do mercado e dos preços, isto no modelo B2C”, refere o fundador da SDE.

Já para a vertente B2B a empresa tem propostas comerciais que são vendidas para agentes imobiliários e imobiliárias que “é a inteligência sobre este mercado, onde percebemos as casas que estão à venda, aquelas que estão abaixo ou acima do mercado, retiramos o problema da duplicação de imóveis”, afirma Pedro Martins.

Outros dos serviços disponibilizados no mercado B2B é o costumizer report, que funciona para vários setores”. A banca quer perceber a avaliação dos seus imóveis, perceber por exemplo o nível de criminalidade numa determinada área, ou se um investidor quiser comprar 10 imóveis em Lisboa qual é a melhor oportunidade de mercado. São dados completamente anónimos, pois trabalhamos tudo com algoritmos”, salienta o responsável da SDE.

Em termos de preços Pedro Martins indica que “a aplicação para o B2C é gratuita”, enquanto no B2B “os valores dependem do tipo de trabalho, mas existe um preço básico de 50 euros por mês para terem acesso à plataforma (agentes imobiliários), depois o costumizer report depende muito do trabalho”.

Questionado sobre se esta aplicação poderá servir de competição para com os avaliadores de imóveis, Pedro Martins realça que “uma coisa é algoritmos, outra é visitar a casa e isso tem um custo de 150 euros para as pessoas. Não queremos substituir ninguém, mas sim ser complementares. Não vamos competir com imobiliárias. O nosso negócio é trabalhar dados, para os rentabilizar e criar valor para os nossos clientes. Não queremos vender casas”, frisa.

A Singularity Digital Enterprise é composta atualmente por 40 trabalhadores e Pedro Martins salienta o facto de que a empresa irá registar uma faturação de dois milhões de euros no final de 2019. Já sobre a Urbiwise, o fundador da SDE, explica que “este ano foi de investimento”, sendo que “hoje temos 10 pessoas a trabalhar e no próximo ano devemos reforçar a equipa com mais 15 pessoas e a Urbiwise faturará em 2020 entre 300 a 400 mil euros”.

Pedro Martins refere que “Portugal está ser usado como um test case, porque o nosso negócio principal está lá fora, onde a dimensão é muito maior”.

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