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Vacina Covid-19. IGAS avança com inspeção depois de várias polémicas com ultrapassagens indevidas nas prioridades

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde vai fiscalizar hospitais, centros hospitalares e unidades locais de saúde para fiscalizar se não existem ultrapassagens indevidas na lista de prioridades. Vários casos de vacinação indevida têm vindo a público, o mais recente foi de 126 funcionários da Segurança Social em Setúbal, avançou ontem a SIC.
29 Janeiro 2021, 09h00

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou na quinta-feira que vai arrancar com a fiscalização do cumprimento das normas de vacinação.  O objetivo é verificar se a vacinação prioritária está a ser cumprida, e também averiguar como estão a ser geridas as doses excedentes e se estão a ser tomadas medidas para prevenir o desperdício.

A IGAS “iniciou uma inspeção com o objetivo de verificar o cumprimento das normas e orientações aplicáveis ao processo de administração da vacina contra a Covid-19”. Esta inspeção vai ter três vertentes: “critérios de seleção das pessoas a vacinar dentro dos grupos prioritários; procedimentos de gestão das doses excedentes; medidas preventivas do desperdício”.

Nos últimos dias têm vindo a público vários casos de vacinação indevida, como no caso do autarca de Reguengos de Monsaraz, José Calixto (PS), que foi vacinado sem ter direito a qualquer prioridade.

O autarca alegou ao Expresso que, como autoridade municipal de proteção civil, tem responsabilidades acrescidas, e que tem responsabilidade num lar com mais de 70 idosos, o mesmo lar onde um surto provocou a morte de 18 pessoas durante o verão de 2020.

Já na quinta-feira à noite, a SIC avançou que, pelo menos, 126 funcionários da Segurança Social de Setúbal, incluindo dirigentes, foram vacinados contra a Covid-19. Estes trabalhadores foram incluídos numa lista prioritária onde só deveriam constar os utentes de lares e os profissionais destas instituições. A própria diretora do Centro Distrital de Setúbal do ISS, Natividade Coelho, também foi vacinada.

Também no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) houve uma polémica com as vacinações. A Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (APROSOC) denunciou a vacinação de profissionais não prioritários no INEM, mas o instituto veio a público esclarecer que as doses administradas aos não prioritários foram doses que sobraram porque houve profissionais prioritários que não quiseram ser vacinados. Estas doses “não poderiam ser cedidas a outras entidades e cuja alternativa seria a inutilização”, segundo o INEM.

Os locais a serem abrangidos pela inspeção da IGAS vão ser as cinco administrações regionais de saúde, os hospitais, os centros hospitalares e as unidades locais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, assim como algumas entidades que integram os serviços centrais do Ministério da Saúde, segundo o comunicado.

Todas as semanas , a IGAS vai produzir um relatório “destinado às entidades gestoras do processo de vacinação com a indicação das falhas e fragilidades identificadas e as recomendações para corrigir as mesmas”.

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