Volta e meia, o tema que todos os decisores políticos falam, e muitas vezes alguns sem ideias concretas dos objetivos, é como se pode tirar proveito dos novos instrumentos financeiros que estarão à disposição, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e novo pacote de fundos comunitários o Portugal 2030. Na verdade, aproveitando bem estas ajudas externas, o que Portugal necessita de ter, é no desempenho da nossa economia, um crescimento relevante e melhorar a nossa competitividade, principalmente depois do abalo pandémico
É evidente a importância de uma economia mais robusta e competitiva para o futuro dos portugueses. Evidente demais para que a sua discussão se transforme em arma de arremesso político-partidário ou de quezília eleitoral. Não encontrar consenso neste combate é comprometer o futuro de todos nós.
Portugal está a recuperar dos efeitos do COVID-19, mas continua a crescer de forma anémica. O aumento do PIB que agora se verifica, está para já diretamente relacionado com a recuperação do “trambolhão” negativo do trágico ano de 2020 e com o desenvolvimento de setores de mão de obra intensiva como o imobiliário, cujo contributo para a melhoria do mercado de trabalho ninguém pode subestimar. Foi determinante para a não perda salarial, para a redução da taxa de desemprego, para a criação de postos de trabalho, em suma, para “aguentar o barco”.
Todavia, há ainda muito caminho para percorrer para acomodar o crescimento necessário, absolutamente estratégico para os portugueses e para a economia nacional. Há outras indústrias em que é preciso apostar e muito talento para descobrir, que só com medidas públicas e aproveitamento dos fundos comunitários de incentivo ao investimento e à produção, terão oportunidade de contribuir para uma economia efetivamente mais sustentável.
Porque é preciso não esquecer que o “poucochinho” que estamos a crescer ainda resulta muito do sacrifício e do esforço dos portugueses, que para além dos efeitos da pandemia, continuam esmagados por uma brutal carga fiscal que acumula recordes ano após ano. Em 2020 o peso dos impostos e das contribuições sociais foi de de 34,8% do PIB, um novo record, tendo ficado acima da média do conjunto dos Países da OCDE, que foi de 33,5%. É preciso não esquecer que, sem riqueza, não pode haver, do ponto de vista público e também privado, o aumento dos salários mais baixos, que tanto nos deviam envergonhar. Infelizmente, neste tema, impera a demagogia e, hoje, do que falamos é do aumento apenas por decreto do salário mínimo, ou dos salários dos que já mais recebem, funcionários do Estado, como os quadros técnicos públicos, os juízes e Procuradores da República (acima do salário do Primeiro-ministro) e não daqueles que vivem com pouco mais de 500 euros por mês, ou seja um em cada quatro dos portugueses que trabalham atualmente.
Feitas as contas, a agenda do crescimento salarial não está associada à riqueza que se produz, nem à correção das assimetrias salariais, nem ao combate da luta contra a pobreza. É, sim, uma agenda eleitoral, construída para servir os programas partidários para as legislativas, essencialmente do partido que tem governado à esquerda Portugal.
Libertar a economia da burocracia e da carga fiscal, apostar na criação de riqueza, abolir a pobreza e oferecer salários justos e dignos aos portugueses, eis a agenda que se impõe para os próximos anos. Mas para começar já a partir de janeiro com um novo Governo para Portugal ao Centro e que não seja mais…do mesmo!
Pois, de promessas Dr. António Costa o povo está farto, o tempo urge e Portugal não pode esperar.