“Vão rebentar a cabeça dos contribuintes a estoirar 3 mil milhões de euros para subsidiar a TAP, que, com a maior probabilidade, será dinheiro perdido. Se aplicassem antes esse dinheiro a desenvolver a capacidade dos aeroportos portugueses e baixassem as taxas aplicadas à operação aeroportuária, como incentivo para estimular a retoma durante o verão de 2021, provavelmente todas as companhias aéreas e todos os visitantes que querem ir a Portugal, poderia tirar partido dessas melhorias”, comentou o CEO da Ryanair, Michael O’Leary durante o Webinar “Haverá retoma sem transporte aéreo?”, promovido pelo JE e pela consultora BDC.
O’Leary integrou o painel “Presente e futuro do setor”, moderado pelo diretor-adjunto do Jornal Económico, Shrikesh Laxmidas, em que participaram igualmente António Moura Portugal, advogado da DLAPIPER e diretor-executivo da RENA, Eugénio Fernandes, CEO da euroAtlantic Airways, Miguel Frasquilho, Chairman da TAP e José Luís Arnaut, Chairman da ANA – Aeroportos de Portugal.
“Ao decidiram subsidiar a TAP com três mil milhões de euros, não vão voltar a ver esse dinheiro, e isso não servirá de nada para estimular a retoma dos fluxos turísticos captados para o mercado português, nem ajudará a dinamizar a economia portuguesa”, referiu O’Leary.
“Deveriam seguir a tendência em voga nos mercados europeus, que é descer as taxas cobradas aos turistas que vão entrar em cada país, pelo menos durante o verão de 2021. Isso sim aumentaria a velocidade da recuperação da economia portuguesa. Nesse sentido, temos continuado a negociar com a ANA, juntamente com outras companhias aéreas, para tentarmos descer algumas taxas de operação que nos são cobradas nos aeroportos portugueses”, disse o CEO da Ryanair.
“Outra coisa que gostaríamos de ver é que a TAP não continuasse sentada em cima dos slots que controla no aeroporto de Lisboa. Pelos meus cálculos, a TAP reduziu a sua operação em cerca de 20%, o que significa que no próximo verão haverá slots disponíveis para um aumento de atividade por parte de outras companhias, que deveriam aceder a iguais aumentos de slots, na ordem desses 20%”, comentou Michael O’Leary, pedindo que “libertem esses slots para Ryanair e para outras companhias que precisam de ter mais slots para aumentarem a sua atividade em Lisboa. Isso aumentaria a concorrência e a capacidade e traria mais visitantes, mais turistas a Lisboa”.
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